Centro histórico de Lisboa é onde os casos de covid-19 mais estão a subir

Concentração de jovens à noite, transportes públicos mais cheios e sobrelotação de casas e hostels são alguns factores que podem justificar subida de casos.

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Bairro Alto é uma das zonas onde a incidência aumentou LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

É no centro histórico de Lisboa que o número de casos de covid-19 mais tem subido nos últimos dias. Santa Maria Maior e Misericórdia, onde se situam os bairros de Alfama, Castelo, Mouraria, Bica e Bairro Alto, são as freguesias mais afectadas, mas a incidência também é alta em Arroios, em São Vicente (Graça), em Santo António (Av. da Liberdade e redondezas) e na Penha de França.

Trata-se de zonas da cidade onde a população é maioritariamente idosa, mas nas quais habitam comunidades imigrantes muitas vezes em condições precárias e sem possibilidade de distanciamento. É também no centro que se alojam muitos estudantes universitários estrangeiros, entre os quais está a haver um grande número de casos. Há registo de italianos, franceses, espanhóis e alemães infectados com o novo coronavírus, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO.

A população universitária parece agora menos disposta a fazer testes à covid-19, como revelaram ao PÚBLICO os responsáveis de algumas universidades e politécnicos esta terça-feira. Festas como as que se verificaram em alguns miradouros da cidade e no Bairro Alto contribuíram para a disseminação do vírus, mas a recente subida dos números de Lisboa não se explica apenas por um factor.

A concentração dos mais jovens em esplanadas e nas saídas à noite junta-se a uma maior procura dos transportes públicos e à sobrelotação de casas e hostels no centro histórico, que afecta sobretudo imigrantes do Bangladesh e do Nepal.

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