Há uma marca portuguesa que quer pôr as algas nos pratos portugueses

As algas não são presença habitual na mesa portuguesa, apesar de existirem em abundância na nossa costa. Mas, Diogo Lopes quer que todos os portugueses experimentem estes legumes marinhos. Por isso, criou a Wissi, uma marca de algas naturais.

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Surfista e apaixonado pelo mar, Diogo Lopes sempre teve o sonho de criar um projecto próprio ligado ao mar. Depois de mais de duas décadas a trabalhar para uma multinacional, surgiu a hipótese de criar um projecto pioneiro em Portugal. A possibilidade de o concretizar chegou há dois anos. E, já com a ideia amadurecida, em Janeiro deste ano nasceu a Wiss: a marca que quer levar as algas das profundezas da costa Atlântica até à mesa de todos os portugueses. 

Mas porquê as algas? Por vários motivos. “O nosso peixe é o melhor do mundo e o peixe come algas”, começa por explicar Diogo Lopes ao PÚBLICO, dando conta que, apesar de “serem um recurso da nossa costa que não está explorado”, as algas são um benefício para a saúde. Estes “legumes marinhos” são muito ricos em “nutrientes, minerais, não têm gorduras, nem açúcares, fornecem vitaminas, fibras, e ajudam na regularização do metabolismo”. “São muito saudáveis e nutritivos”, salienta o fundador da marca. 

O nutricionista Pedro Carvalho considera que as algas, “mesmo em pouca quantidade, podem ser uma fonte interessante de fibra, vitamina B1, B2, ferro e cobre”. Para além disso, explicou ao PÚBLICO, podem ter um “efeito ligeiramente antioxidante”.

A Wissi aposta nas algas com o objectivo de diversificar a dieta alimentar portuguesa já que podem ser usadas na “sopa, em massas, em quiches, em arroz, em sumos e sobremesas” e, por esta razão, “há que tirar o maior proveito das características”. 

Embora reconheça que os portugueses associam o consumo de algas ao sushi, Diogo Lopes conta que existe uma “tendência crescente” para introduzir estes vegetais na alimentação. Por um lado, a “comunidade macrobiótica e vegetariana reconhece o valor das algas”, por outro, existe conhecimento da parte do “fine dining, ou seja, “chefs de cozinha que utilizam e são muito conhecedores das mais-valias das algas”.

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David Fedulov/Unsplash

Sendo uma “pessoa do mar”, Diogo Lopes explica que a sustentabilidade é uma preocupação da Wissi. Isto porque as algas são “seres vivos muito importantes no ecossistema porque regulam os ecossistemas marinhos” Além disso, é importante respeitar o ciclo de crescimento destas plantas. Desta forma, a apanha das algas é feita por mergulhadores credenciados que respeitam o crescimento destes seres vivos para que o seu desenvolvimento não fique comprometido. 

O fundador explica que a costa portuguesa é rica em algas e que as especificidades de cada zona em termos de temperaturas e exposição solar influenciam estes vegetais o que faz com que existam vários tipos de algas ao longo da costa: a kombu, por exemplo, existe no Norte, enquanto a alface-do-mar é típica da zona Sul. 

A Wissi quer que todos os portugueses experimentem as algas marinhas e Diogo Lopes tem expectativas de que o projecto chegue a bom porto já que as algas são “algo nosso, do nosso mar” e confia que os portugueses vão começar a valorizar o que vem da “nossa costa”. A marca apresenta estes vegetais marinhos em gama fresca, desidratada e aromática.

Para já, os vegetais marinhos da Wiss estão disponíveis em mercados tradicionais, mercearias e no site da empresa, onde também se encontram sugestões de como preparar e cozinhar estes alimentos. 

Texto editado por Carla B. Ribeiro

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