Festivais Gil Vicente regressam com seis peças de teatro contemporâneo em Guimarães

Depois de um ano de interrupção devido à pandemia, a 33.ª edição do evento decorre de 2 a 11 de Junho. O programa “reflecte o tempo que estamos a viver”, diz o director artístico, Rui Torrinha.

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Fora de Campo, da companhia Sillyseason, abre o festival a 2 de Junho Alípio Padilha

A edição de 2021 dos Festivais Gil Vicente, em Guimarães, terá lugar entre 2 e 11 de Junho, apresentando um total de seis peças de teatro contemporâneo, três das quais em estreia absoluta, anunciou a direcção do certame.

Em conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, o director artístico dos festivais, Rui Torrinha, disse que a programação encerra “várias formas de abordar o fim, com o objectivo de lançar outros começos”. “O certame reflecte o tempo que estamos a viver”, referiu. Segundo Rui Torrinha, os festivais vincam a importância da nova geração do teatro e destacam-se pelo apoio às novas dramaturgias.

Em tempos de pandemia, os espectáculos têm início marcado para as 19h30, e vão decorrer com as normas decretadas pela Direcção-Geral da Saúde, com as salas com lotação limitada a metade, com medição de temperatura à entrada e com uso obrigatório de máscara. Também por causa da pandemia, esta edição não contará com as actividades paralelas que eram normais nas anteriores, como conversas com o público, oficinas e masterclasses.

O primeiro espectáculo está marcado para 2 de Junho, com a companhia Sillyseason a apresentar Fora do Campo, uma peça que aborda a emancipação da mulher. No dia seguinte, sobem ao palco Marco Mendonça, Eduardo Molina e João Pedro Leal, com a estreia absoluta de Cordyceps, um espectáculo que explora a possibilidade de um fungo infectar as pessoas, tornando-as manipuláveis. No dia 4 de Junho, a proposta é A fragilidade de estarmos juntos, também em estreia absoluta, uma espécie de dilema sobre a democracia interpretado por Miguel Castro Caldas, António Alvarenga e Sónia Barbosa.

Os espectáculos serão retomados no dia 9, com Lígia Soares e Memorial, uma peça que se passa no futuro e que lança um olhar retrospectivo para a actualidade. Off, pela Mala Voadora, sobe ao palco no dia 10, para “vender” a ideia de que falar sobre o fim não é trágico, e pode mesmo ser motivo para celebrar um novo começo. O pano dos festivais cai no dia 11, com Tiago Lima e a peça Estou aqui, uma reflexão sobre o excesso de informação dos tempos modernos, numa espécie de concerto entre o aborrecimento e a stand-up comedy.

Para a vereadora da Cultura na Câmara de Guimarães, Adelina Pinto, esta é uma edição que “provoca e convoca” o público para a reflexão sobre temas bem actuais, como a mulher, a democracia, o vírus e a imprevisibilidade do futuro. “A cultura tem este papel de ajudar na reflexão sobre as coisas, a cultura tem de ser absolutamente transformadora e tem de ajudar a compreender o mundo”, acrescentou.

Em 2020, por causa da pandemia, aquela que seria a 33.ª edição dos Festivais Gil Vicente foi cancelada, tendo os espectáculos programados sido transferidos para este ano. Os palcos serão o Centro Cultural Vila Flor e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães.

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