Cidades termais querem atrair “um novo público e novas formas de turismo”

A Associação Europeia das Cidades Termais Históricas está, desde quarta-feira, em São Pedro do Sul reunida em assembleia geral, a debater a atracção de novos públicos.

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Paulo Pimenta (Arquivo)
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Um dos balneários do complexo termal de São Pedro do Sul Nelson Garrido (Arquivo)
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Nelson Garrido (Arquivo)

“O que procuramos discutir é perceber como é que as cidades históricas termais e a importância histórica e cultural pode ser uma mais-valia para atrair novos turistas para os territórios”, disse à agência Lusa o presidente da Associação das Termas de Portugal. Desde quarta-feira que São Pedro do Sul é palco da assembleia geral da Associação Europeia das Cidades Termais Históricas (EHTTA, sigla em inglês). Na agenda, está o debate sobre como atrair novos públicos às estâncias termais.

Victor Leal defendeu que “não se pode pensar as termas só como balneários por si só e nos tratamentos termais que fazem” nas diversas estâncias, mas “também em todas as actividades que se desenvolvem à [sua] volta e que podem atrair um novo público e novas formas de turismo”.

A abertura da assembleia geral da European Historic Thermal Towns Association - Associação Europeia das Cidades Termais Históricas, que este ano se realiza em sistema híbrido, com a maior parte dos participantes a usarem a via digital, decorreu na quarta-feira em São Pedro do Sul, onde, até dia 14 se concentram cerca de 25 participantes europeus, oriundos de mais de 20 países.

Na sessão de abertura, realizada no balneário romano das termas de São Pedro do Sul, o vice-presidente da câmara local, Pedro Mouro, enalteceu o espaço, recentemente inaugurado, após a reabilitação de mais de um milhão de euros, e destacou as atracções do concelho, no distrito de Viseu.

“Privilegiamos cada vez mais as nossas serras e aldeias turísticas, a nossa gastronomia e um conjunto de variedades e novas fileiras que serão, cada vez mais, oportunidades para que o nosso termalista não venha só para a componente da saúde, porque o ar livre e o ambiente é tudo terapêutico”, destacou Pedro Mouro que desafiou os participantes a visitarem o município.

Aliás, estas assembleias gerais da EHTTA decorrem, segundo o presidente das Termas de Portugal, "muito na base da partilha do que se faz e da visita às estâncias termais e regiões, precisamente para se ver o que se faz nos outros sítios”. Victor Leal adiantou que, por causa da pandemia, este ano não é possível, mas “haverá troca de informação e conhecimento para perceber as melhores práticas e, com isso, desenvolver melhor as ofertas” portuguesas.

“Cada vez mais sentimos esta redescoberta das termas, a nível europeu, e também em Portugal. Estamos a ter públicos cada vez mais jovens, que estão a fugir um bocadinho da confusão e dos destinos massificados do turismo e a procurar destinos melhores em termos de saúde”, salientou.

Este novo público mais jovem, “do casal, alguns com filhos ainda crianças”, especificou Victor Leal, “está a emergir, mas também tem outras necessidades e quer uma oferta mais integrada, com mais cultura e natureza”. “O destino termal só do balneário hoje já não vende, porque já não há procura, mas sim um destino com uma oferta integrada ecléctica em que possamos fazer férias com saúde e saúde com férias”, sublinhou.

Uma opinião que o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, partilhou na sua intervenção online, durante a qual destacou o concelho anfitrião e considerou “as termas um produto de excelência, que Portugal não pode continuar a deixar de olhar”.

Com a pandemia de covid-19, “a saúde e a segurança, são a preocupação de todos os consumidores” do turismo a nível mundial e, por isso, Pedro Machado defendeu que esta assembleia geral “pode tirar conclusões muito pertinentes na resposta que estas cidades podem dar numa tendência cada vez mais global”.

Abordar “este desafio”, consolidar o crescimento, sustentar a economia e, simultaneamente, “reforçar as preocupações com a dimensão da saúde” é, “no fundo, trazer sustentabilidade ao negócio e ao território”, defendeu Pedro Machado.

Desafios que o presidente da EHTTA também destacou, quando levantou questões de “como revitalizar as termas e os públicos” e de “como alargar a mente a novas experiências à volta da água, do SPA e da gastronomia”, principalmente após a pandemia.

“Por isso, hoje convido os líderes europeus a redescobrir a importância e o potencial das suas cidades e territórios termais, lembrando-os que as cidades termais nos podem dar força e o poder de recuperar” as economias, destacou Manuel Baltar.

No entender deste responsável espanhol, de Ourense, as pequenas cidades termais estão “perante uma nova era de desenvolvimentos de projectos termais e dos benefícios económicos que vão trazer às cidades”.

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