Prejuízos do BCP na Polónia atingem 68 milhões com provisões para riscos legais

Excluindo itens não habituais, o resultado líquido foi de 209 milhões de zlótis, equivalente a 46,1 milhões de euros.

Foto
Andreia Carvalho

O polaco Millennium Bank, detido em 50,1% pelo BCP, encerrou o primeiro trimestre com prejuízos consolidados de 311 milhões de zlótis, cerca de 68,6 milhões de euros, um resultado explicado em parte “por provisões relacionadas com riscos legais associados à carteira de créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira”.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, o banco avança que, “excluindo itens não habituais, o resultado líquido atingiu 209 milhões de zlótis (46,1 milhões de euros)”.

O montante total das provisões ascendeu 533 milhões de zlótis (117,4 milhões de euros), das quais 21 milhões de zlótis (4,6 milhões de euros) relacionadas com a carteira do Euro Bank.

O banco adianta que, excluindo empréstimos originados pelo Euro Bank, o nível de provisões acumuladas aumentou para 10,8% do valor da carteira de créditos hipotecários concedidos em moeda estrangeira pelo Bank Millennium.

Os riscos legais do crédito hipotecário prendem-se com processos em tribunal, ainda sem decisão final, relativos a empréstimos em francos suíços, moeda que sofreu forte variação cambial durante a crise financeira de 2008, e que o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) considerou terem cláusulas abusivas, que poderão levar à sua anulação.

Os proveitos operacionais diminuíram 6%, face aos trimestres homólogos e a margem financeira caiu 10%. Já as comissões aumentaram 5%, em termos homólogos e os custos operacionais recuaram 17% no período em análise.

O crédito cresceu 8% do crédito, com destaque para a nova produção de crédito hipotecário, que atingiu o volume recorde de 2,2 mil milhões de zlótis (0,5 mil milhões de euros), um aumento de 5% em termos trimestrais e 64% em termos homólogos. Em termos homólogos, a carteira de crédito hipotecário registou um crescimento de 25%.

No período, os depósitos cresceram 18% e o volume de contas correntes 45%, em termos homólogos.

Sugerir correcção
Comentar