Depois de concertos-teste, um festival para quem se quis divertir como se fosse 2019

Liverpool abriu as portas do Sefton Park em nome da ciência (e da música). Cerca de cinco mil pessoas abandonaram as máscaras e as regras de distanciamento físico e voltaram a dançar.

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Reuters/JASON CAIRNDUFF

A música ao vivo voltou ao local de origem dos Beatles, após um longo silêncio forçado pelo coronavírus. Este domingo, 2 de Maio, a cidade inglesa de Liverpool organizou um festival de música único para testar se tais eventos contribuíam para a propagação do vírus.

Cerca de cinco mil pessoas abandonaram as máscaras e as regras de distanciamento físico em nome da ciência e da música. Assistiram ao evento ao ar livre depois de terem testes com resultados negativos para o novo coronavírus, e prometeram fazer o teste novamente cinco dias após o festival. Os dados recolhidos serão utilizados pelo Programa de Investigação de Eventos do governo, para ajudar a compreender o efeito das multidões na propagação do vírus.

Mas o lado científico do evento estava longe das mentes de quem já entrava no Sefton Park a dançar. “Sabe tão bem, é tão espantoso. Já passou demasiado tempo”, comentou a estudante Meghan Butler, de 19 anos.

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Uma estação de distribuição de desinfectantes de mãos é vista perto de uma fila de sanitas portáteis REUTERS/Jason Cairnduff
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Melvin Benn, director executivo do Festival Republic, disse esperar que o seu projecto-piloto desempenhasse um papel fundamental no regresso dos eventos ao ar livre no calendário deste ano. “Assim que entrarem no recinto, podem festejar como se fosse 2019”, garante. “Pode-se sentir que o fardo dos últimos 12 meses, dos últimos 15 meses, acabou de ser levantado um pouco.”

O alinhamento de domingo, 2 de Maio, na tenda construída de propósito para o evento, consistia em três actos: a cantora-compositora local Zuzu, o grupo indie The Lathums e os Blossoms.

Chegar a cabeça de cartaz do evento foi uma honra, disse Tom Ogden, vocalistas dos Blossoms: “Passaram 413 dias desde a última vez que estivemos no palco... Passou muito tempo e estamos muito felizes por estar aqui.”

O festival durou menos de seis horas e cumpriu o recolher obrigatório da 22h. Ficou longe do hedonismo de vários dias de eventos maiores como o Glastonbury, mas os participantes disseram que não havia outro sítio onde preferissem estar.

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“Vamos aproveitar a vida, vamos voltar ao normal”, resumiu o operário Harry Smith, de 25 anos.

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