Vistoria em 50 casas de Odemira identifica locais sobrelotados, diz autarca

Na segunda-feira de manhã será realizada uma reunião com a participação de várias entidades para determinar “alguns aspectos específicos” relacionados com “a forma” como vai decorrer transferência de pessoas, diz José Alberto Guerreiro.

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Rui Gaudencio

Mais de meia centena de alojamentos para trabalhadores rurais do concelho de Odemira já foram alvo de vistoria das autoridades, que identificaram locais sobrelotados e a necessidade de transferir pessoas, revelou hoje o presidente do município, José Alberto Guerreiro.

“Foi uma vistoria ampla e posso dizer que são mais de meia centena de lugares que foram visitados”, indicou o autarca de Odemira, José Alberto Guerreiro, no final de uma reunião da task force do concelho, realizada nesta vila do distrito de Beja.

Segundo o autarca, estas vistorias servem para a “verificação das condições de alojamento” dos trabalhadores rurais, devido à evolução da situação da pandemia de covid-19 no concelho, para se determinar uma possível transferência de pessoas.

“Há já a identificação de situações, mas, obviamente, não estão todas, porque o problema não se limita a algumas”, disse, referindo-se aos locais sobrelotados e à necessidade de transferir pessoas infectadas com o coronavírus ou com necessidades isolamento profilático.

José Alberto Guerreiro adiantou que na segunda-feira de manhã será realizada uma reunião com a participação de várias entidades para determinar “alguns aspectos específicos” que estão relacionados com “a forma” como vai decorrer a operação, que pode começar nesse dia. "Temos que atender também a aspectos relativos à opção de quem é que fica na habitação e quem que sai, há pertences e há formas humanas de tratar esta questão”, destacou.

De acordo com o autarca alentejano, este processo é “liderado” pelas autoridades de saúde, porque têm “competência para limitar o número de pessoas que são autorizadas numa habitação”.

Quanto ao empreendimento Zmar, que foi alvo de uma requisição temporária para a instalação de quem estiver em isolamento profilático ou sem condições de habitabilidade, o autarca indicou que o Governo está a tratar a situação em “duas fases”. "Uma das fases é relativa aos alojamentos que pertencem à própria estrutura do Zmar” e a outra está relacionada com as habitações que são de particulares, frisou.

O Governo, realçou o presidente da Câmara de Odemira, mantém “um diálogo com os proprietários” das habitações particulares “para que tudo possa correr com naturalidade”.  a Pousada da Juventude de Almograve, localizada neste concelho alentejano e que dispõe de 42 camas onde vão ser colocadas as pessoas com covid-19 residentes nas duas freguesias de Odemira alvo da cerca sanitária, “já está operacional”, disse.

O Governo decidiu decretar uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo entre trabalhadores do sector agrícola, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira à noite.

O chefe do Governo sublinhou também que “alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações”, relatando situações de “risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos”.

O representante da massa insolvente do empreendimento turístico Zmar Eco Experience, Pedro Pidwell, e o advogado de 114 dos 160 donos de casas no complexo, Nuno Silva Vieira, admitiram à Lusa que podem avançar para os tribunais para impedir essa utilização.

Pedro Pidwell, que representa os mais de 400 credores do empreendimento, que aprovaram na terça-feira um plano de reestruturação do Zmar, indicou ainda que, após reunião com a GNR, foi identificado “um núcleo de casas” no complexo, “separado das casas dos proprietários e mais ou menos isolado”, que será usado para começar a receber quem aí tiver de ficar, caso seja necessário.

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