Liga dos Campeões: o “cabecilha” contra o arrependido

Foi pelo Chelsea que começou a ruir o “bebé” de Florentino Pérez, presidente do Real Madrid que continua a querer avançar com a Superliga. São precisamente estas duas equipas que se defrontam nesta terça-feira no regresso da Champions.

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Adeptos do Chelsea em protesto contra a Superliga LUSA/NEIL HALL

Acontece nesta terça-feira (20h, Eleven) o primeiro jogo da Liga dos Campeões após os dias de turbilhão em torno da Superliga, competição que pretendia juntar a nata financeira do futebol europeu.

A nova prova, que morreu antes de nascer, teve – e continua a ter – um cabecilha principal, o Real Madrid, e teve no Chelsea um dos primeiros arrependidos – porventura o principal, já que foram os protestos dos adeptos “blues” que espoletaram a sequência de dissidências nos “dirty 12”, clubes fundadores da prova elitista.

Há alguns dias, com 12 clubes rebeldes a “arderem em lume forte”, foram concorridos e ruidosos os protestos organizados pelos adeptos do Chelsea, em Londres. Antes do jogo frente ao Brighton, em Stamford Bridge, cerca de mil pessoas pediram efusivamente que o clube liderado por Roman Abramovich recuasse na ideia de pertencer à elite e regressasse à esfera da UEFA. E assim foi, numa medida imitada pouco depois pelos restantes clubes ingleses representados nos “dirty 12”.

Em suma: foi pelo Chelsea que começou a ruir o “bebé” de Florentino Pérez, presidente do Real Madrid que continua a fazer finca-pé aos ex-companheiros de “guerra”. Para o líder dos “blancos”, a Superliga tem mesmo de avançar.

São precisamente estas duas equipas que se defrontam (20h, Eleven Sports) no regresso da Champions, em jogo da primeira mão das meias-finais. 

Valerá a experiência?

Entre os clubes representados nas meias-finais da Champions há 14 troféus conquistados. Um está no museu do Chelsea, os outros estão... no museu do Real Madrid. Todos eles.

Quer isto dizer que o “senhor Champions”, vencedor de 13 edições da prova, é de longe, a equipa das “meias” com mais tarimba europeia, sobretudo comparado com os “virgens” Manchester City e PSG, ambos a zeros na maior prova de clubes do continente.

Mais do que olhar para a história, que pouco ou nada conta em campo, importa olhar para quem compõe os plantéis. O do Real tem, no somatório dos jogadores, 1167 jogos na Champions, onze jogadores acima dos 50 jogos e três acima dos 100.

No PSG há 851 jogos somados e no City 738. Ambos sem nenhum jogador acima dos 100 jogos. Mas hoje há Real-Chelsea, pelo que a comparação mais importante é com os londrinos: e há apenas três jogadores dos ingleses acima não dos 100, mas dos… 50 jogos.

Estes dados atestam a experiência que se pede em jogos deste tipo e mesmo o nível apresentado pelo Chelsea frente ao FC Porto, sobretudo comparado com um Real muito consistente frente ao Liverpool, permite prever uma eliminatória a cair para o lado espanhol – o tal que quer fugir da Liga dos Campeões.

Para este jogo, Zinedine Zidane ainda não terá Sergio Ramos disponível (a imprensa espanhola aponta que o central poderá regressar na segunda mão, em Londres), enquanto Thomas Tüchel, que procura a segunda final da Champions em poucos meses (perdeu pelo PSG frente ao Bayern), só não pode contar com Mateo Kovacic.

A defesa, porém, está intacta e tem sido essa a fortaleza londrina, com 16 clean sheets [jogos sem sofrer golos] em 21 jogos sob o comando do treinador alemão. 

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