Imunidade de grupo pode ser atingida “no início do Verão”, admite secretário de Estado da Saúde

Portugal pode atingir a imunidade de grupo antes do inicialmente previsto, diz Diogo Serra Lopes.

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Imunidade de grupo pode chegar no início do Verão Rui Gaudêncio

O secretário de Estado da Saúde, Diogo Serra Lopes, admitiu, esta segunda-feira, a possibilidade de Portugal atingir a imunidade de grupo mais no “início do Verão”, antecipando as previsões iniciais, que apontavam para que apenas fosse atingida no final da estação quente.

“A perspectiva é de que a imunidade de grupo [seja atingida] durante o Verão. Mas há algumas indicações, e caso as vacinas continuem a chegar a um bom ritmo, de que poderá acontecerá mais no início do Verão do que no final, com 60% da população adulta vacinada”, a que se somam os que já estiveram infectados, disse Diogo Serra Lopes, aos jornalistas, durante a visita que fez ao centro de vacinação, inaugurado esta segunda-feira em Portimão.

O governante adiantou ainda que os concelhos que recuaram no desconfinamento, por não cumprirem as metas traçadas pelas autoridades de saúde, vão receber mais doses de vacina. “Os concelhos que efectivamente tiveram este comportamento, de ter que recuar no desconfinamento, vão receber uma percentagem maior de vacinas, para que a pandemia seja mais rapidamente controlada”, explicou. Ou seja, não será apenas a idade o critério, mas também as zonas mais afectadas, como é o caso de Portimão.

O secretário de Estado da Saúde disse também que a vacina da Johnson & Johnson está disponível para ser aplicada, aguardando-se, para já, que “a norma da Direcção-Geral da Saúde (DGS) seja publicada”. Sobre os eventuais limites a esta vacina, Serra Lopes disse que o “máximo que poderá ter é algum tipo de restrição relativamente à idade, tal como acontece com as da AstraZeneca, actualmente”, disse aos jornalistas. Trata-se de uma vacina que representa uma “grande ajuda” para chegar à imunidade de grupo. “Permite dar uma só vacina e considerar desde logo essa pessoa completamente imunizada”, reduzindo “para metade o total de vacinações”.

15,5% da população tinha anticorpos para o coronavírus em Março

Também esta segunda-feira foram divulgados os resultados preliminares da segunda fase do inquérito serológico nacional, divulgados  pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa). Os dados, que foram recolhidos até ao final de Março, dão conta de que 15,5% da população residente em Portugal tem anticorpos para o coronavírus, seja por infecção natural ou pela vacinação. 

“A prevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, com idades entre um e 80 anos, foi de 15,5%, sendo 13,5% conferida por infecção”, adianta, em comunicado, o Insa, o coordenador deste inquérito que é realizado em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, a Associação Portuguesa de Analistas Clínicos, além de hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Por regiões, o Norte, Lisboa e Vale do Tejo, o Centro e o Alentejo foram aquelas onde se observou uma maior seroprevalência. “É um número relevante”, disse Serra Lopes, lembrando que a informação pode já estar desactualizada, uma vez que desde o final de Março já houve um aumento de pessoas vacinadas contra a covid-19.

Até ao momento, quase 22% da população portuguesa já recebeu pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19 e 8,1% já completaram o processo de imunização, recebendo as duas doses. 

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