Covid-19: UE com 53 locais de fabrico de vacinas e espera três mil milhões de doses este ano

Segundo o mapa divulgado pelo executivo comunitário, Portugal é dos países da UE sem qualquer local de fabrico, concentrando-se a maior parte desta produção (tanto completa como de componentes) em países como França, Alemanha, Bélgica e Espanha.

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Thierry Breton, disse estar “convicto” de que a UE irá “alcançar a imunidade colectiva” antes do Reino Unido e ao mesmo tempo que os Estados Unidos. Ricardo Lopes

A União Europeia tem já 53 locais de produção completa ou de componentes de vacinas anticovid-19, nenhum em Portugal, informou esta segunda-feira a Comissão Europeia, esperando a produção de mais de três mil milhões de doses até final do ano.

“Na UE, temos 53 locais de fabrico e esperamos uma capacidade de produção anual de mais de três mil milhões de doses até ao final do ano”, indica o executivo comunitário numa informação esta segunda-feira divulgada.

Nos dados publicados pela instituição nas redes sociais a propósito da Semana Europeia da Imunização, que arranca esta segunda-feira para sensibilizar sobre esta necessidade, a Comissão Europeia observa que, “à medida que as vacinas contra a covid-19 estão a ser administradas, a produção de vacinas também tem vindo a aumentar”.

Segundo o mapa divulgado pelo executivo comunitário, Portugal é dos países da UE sem qualquer local de fabrico, concentrando-se a maior parte desta produção (tanto completa como de componentes) em países como França, Alemanha, Bélgica e Espanha.

Na passada sexta-feira, o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, esteve em Lisboa para participar numa audição conjunta com as comissões de Assuntos Europeus e de Saúde e a Comissão Eventual da Assembleia da República para discutir a estratégia de vacinação da UE, entre outros temas.

Na ocasião, Thierry Breton, disse estar “convicto” de que a UE irá “alcançar a imunidade colectiva” antes do Reino Unido e ao mesmo tempo que os Estados Unidos.

Para o responsável pelo grupo de trabalho sobre o aumento da produção industrial de vacinas contra a covid-19, é ainda assim necessário que os cidadãos percebam que “não é porque existe imunidade colectiva de 70% em Julho que devem deixar de ter precauções”.

Além dos constantes atrasos na entrega das vacinas e em doses aquém das contratualizadas por parte da farmacêutica AstraZeneca, a campanha de vacinação da UE tem sido marcada por casos raros de efeitos secundários como coágulos sanguíneos após toma deste fármaco, relação confirmada pelo regulador europeu, como aliás aconteceu com a vacina da Johnson & Johnson.

Actualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Comirnaty (nome comercial da vacina Pfizer/BioNTech), Moderna, Vaxzevria (novo nome do fármaco da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).

A ferramenta online do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para rastrear a vacinação da UE, que tem por base as notificações dos Estados-membros, indica que 8,9% da população adulta da UE já está totalmente inoculada (com as duas doses), enquanto 24,2% recebeu a primeira dose da vacina, ainda longe da meta dos 70% estipulada pela Comissão Europeia para final do verão.

Já em termos absolutos, os dados do ECDC referem que 121 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas na UE até esta segunda-feira, de um total de quase 141 milhões de doses entregues aos países.

Na informação esta segunda-feira divulgada, a Comissão Europeia indica ainda que cinco milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram entregues na UE em Dezembro, seguindo-se 14 milhões em Janeiro, 28 milhões em Fevereiro e 60 milhões em Março

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