Neste Candelabro brilha o exemplo de Aristides de Sousa Mendes

O heróico consul de Bordéus é homenageado numa exposição inaugurada dia 25 de Abril no Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche. “Aristides foi um resistente e todas as pessoas que sofreram aqui sob o regime de Salazar são também resistentes”, diz ao PÚBLICO o neto Gerald Sousa Mendes.

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Exposição inaugura no Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche

Tinha 5, 6 anos e fingia dormir no sofá. Os adultos falavam de algo quase incompreensível para ele, criança em São Francisco, Estados Unidos. O seu pai, Sebastião, ouvia a história que os homens em visita lhe contavam. Em 1944 tinham escapado das marchas da morte, uma última, desesperada e cruel tentativa de os nazis alemães esconderem do mundo os inimagináveis crimes cometidos nos seus campos de concentração. O pai Sebastião perguntou a um deles como tinha sobrevivido, famélico, vestidos com farrapos, sozinho nos campos gelados durante o inverno. A criança, que se chamava Sebastian, guardou consigo para sempre a resposta que ouviu: “Não tinha fome”, respondeu o sobrevivente do Holocausto. “Deitado nos campos, imaginava que estava num grande banquete, com todo o tipo de deliciosa comida e champanhe”. As estrelas no céu, por sua vez, eram a seus olhos elegantes candelabros pendendo do tecto. Sebastian Mendes, neto de Aristides de Sousa Mendes não mais esqueceu.

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