Pilotos acusam TAP de gerar “pressão psicológica intolerável”

Sindicato diz que há pilotos a voar “em condições de grande stress laboral e mental, não sabendo se quando chegarem do próximo voo terão uma notificação a convocar para uma reunião onde serão «convidados» a aceitar medidas voluntárias para saída da empresa”.

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TAP contabilizou ainda “435 a 500” funcionários que terão de sair Nuno Ferreira Santos

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) afirma que as convocatórias de trabalhadores, por parte dos recursos humanos da TAP, estão a gerar “ansiedade, mal-estar e aflição em todos os pilotos”. Isto porque, nota o sindicato, este processo começou na segunda-feira, dia 19, e a transportadora aérea tem “estado a enviar convocatórias todos os dias”, ligadas ao processo de redução de pessoal, “ao invés de terem informado todos os pilotos de uma só vez”.

Esta é uma situação, sublinha o SPAC, que configura “um cenário muito grave de segurança de voo”. Isto porque “os pilotos estão a voar em condições de grande stress laboral e mental, não sabendo se quando chegarem do próximo voo terão uma notificação a convocar para uma reunião onde serão «convidados» a aceitar medidas voluntárias para saída da empresa”.

O SPAC diz repudiar “veementemente” a actuação da TAP, afirmando que o mesmo gera uma “pressão psicológica intolerável”, bem como “um clima laboral de assédio completamente inaceitável”.

O SITAVA, sindicato de pessoal de terra, também já exigiu na terça-feira que a TAP esclareça “muito claramente os critérios” que levaram a que tenha sido escolhido um determinado grupo de trabalhadores e não outros.  

Esta quarta-feira, a administração da transportadora aérea adiantou que, após a segunda ronda de medidas de adesão voluntária, contabilizava ainda “435 a 500” funcionários que terão de sair de modo a cumprir com as metas do plano entregue em Bruxelas.

Estes funcionários já estão identificados, e estão a ser chamados desde a passada segunda-feira para reuniões individuais, durante as quais são confrontados directamente com a hipótese das medidas voluntárias já apresentadas de forma geral, e às quais optaram por não se candidatar. Em cima da mesa estão rescisões por mútuo acordo, trabalho em tempo parcial, reformas antecipadas, pré-reformas e licenças sem vencimento, bem como a hipótese de transferência para a Portugália.

Caso não haja acordo final, a TAP já afirmou que terá de avançar com medidas “unilaterais”, ou seja, com o despedimento colectivo.

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