Fazer exercício físico pode diminuir o risco de gravidade da covid-19, diz estudo

Um estudo comparou o risco de desenvolver covid-19 grave, e até de morrer da doença, para doentes sedentários e doentes com um estilo de vida activo. A conclusão: a prática de exercício físico regular pode ajudar a evitar a infecção com o vírus e o desenvolvimento de sintomas graves.

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Tal como ocorre nas gripes, quem pratica mais exercício físico está menos susceptível a contrair o vírus do que pessoas mais sedentárias Paulo Pimenta

Um estudo observacional norte-americano publicado na revista científica British Journal of Sports Medicine, na passada terça-feira, revela que quem faz exercício físico pode estar menos sujeito a desenvolver covid-19 com sintomatologia grave. Os dados foram recolhidos antes das vacinas estarem disponíveis, e não sugerem que o exercício possa substituir de alguma forma a imunização — mas provam que nadar, caminhar, correr ou até andar de bicicleta pode diminuir substancialmente as hipóteses de contrair o vírus e de ficar gravemente doente.

Os investigadores analisaram cerca de 50 mil pessoas que contraíram o novo coronavírus na Califórnia, e concluíram que aqueles que praticavam exercício físico e tinham estilos de vida activos tinham menor probabilidade de ser hospitalizados e até de morrer de covid-19. À semelhança do que acontece com as gripes, quem pratica mais exercício físico está menos susceptível a contrair o vírus e, se tal acontecer, deverá recuperar mais rapidamente da doença do que pessoas mais sedentárias.

Em entrevista ao The New York Times, Robert Sallis, o médico investigador que liderou o estudo, apontou o sedentarismo como “o maior factor de risco” para a população não idosa nem que não tinha feito transplantes de órgãos. Até em casos de alguma actividade física moderada houve 20% mais internamentos ​— e ainda 30% de maior probabilidade de morrer da doença — quando comparados com casos de muita actividade física.

Sendo um dos riscos mais fáceis de diminuir, Sallis apela a que as pessoas caminhem, em ritmo acelerado, durante pelo menos 30 minutos, cinco dias por semana. "Até que eles sejam vacinados, acho que o exercício regular é a coisa mais importante que se pode fazer para diminuir o risco. A prática regular de exercício provavelmente será uma protecção contra quaisquer novas variantes”, sublinhou.

Outro estudo recente, publicado em Fevereiro na revista The International Journal of Obesity, mostrou que pessoas que podiam andar rapidamente — um indicador aceite de aptidão aeróbica — desenvolveram muito menos covid-19 severa do que caminhantes lentos. O mesmo vale para caminhantes rápidos com obesidade, um factor de risco conhecido para doença grave.

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