Depois de Marcelo, Costa diz que “temos de nos focar já na construção do futuro”

Governo quer entregar PRR em Bruxelas na próxima semana. Costa diz que programa é “esforço que vale a pena”. Com a pandemia “controlada” e a vacinação a avançar, Governo e Presidente mostram sintonia e apontam para o futuro.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

O primeiro-ministro defendeu esta sexta-feira que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que está prestes a seguir para Bruxelas, é “um esforço que vale a pena” e desafiou o país a “arregaçar as mangas” para tornar o programa "numa realidade vivida”. António Costa aproveitou as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, ditas aquando da renovação do estado de emergência, para defender que “temos de nos focar já na construção do futuro”. 

O chefe do Governo falava em Coimbra na sessão de apresentação do PRR que foi aprovado quinta-feira no Conselho de Ministros e que deve seguir para Bruxelas na próxima semana. Costa citou mesmo o Presidente da República que na renovação de mais um decreto deu sinais de que o quadro de emergência podia estar a chegar ao fim. “Temos de nos focar já na construção do futuro”, disse o líder do executivo, lembrando que também antes o chefe de Estado tinha pedido o mesmo. 

Com a pandemia “controlada” e a vacinação a avançar, Costa quer quer ver o país “a arregaçar as mangas para preparar a fase seguinte”. “E a transformar o PRR numa realidade vivida”. O primeiro-ministro considerou que este programa vai permitir recuperar o crescimento para níveis que tínhamos em 2019 - antes da pandemia - mas ir até mais além. Com a execução deste plano, Portugal tem condições para ir "mais além e podermos chegar a 2030 melhor do que teríamos estado se não houvesse PRR”. “Essa é mesmo a medida do valor acrescentado deste plano”. “Permitir chegar ao final da década melhor do que estamos se não tivesse havido covid”. 

Antes, António Costa destacou a diferença entre o PRR e os restantes programas de fundos comunitários, afirmando que o programa das agendas mobilizadoras - que pretende unir as experiências das empresas ao saber das universidades - “não é para fazer 100 projectos. É para fazer 4, 5, 6, 7 e 8 muito selectivos e que façam uma diferença significativa”. Por isso, “alocámos a este programa das alianças mobilizadoras desde já 1364 milhões de euros sendo possível que venham a poder crescer se até 2022 se revelar uma suficiente capacidade de absorção destes recursos por parte das empresas e do nosso sistema científico e tecnológico”.

Quanto às empresas, Costa valorizou o papel destas na execução do Programa e destacou que as empresas têm já uma encomenda pública de 11 mil milhões de euros. São “encomendas dirigidas às empresas”. 

Com a aprovação em Conselho de Ministros, o primeiro-ministro explicou que há um caminho que está a chegar ao fim. “Isto tem sido uma longa maratona”, diz Costa, acrescentando estar a dias “de limar as últimas arestas” para entregar uma versão final do plano. Há 17 países que já ratificaram a decisão que permite à comissão ir ao mercado para financiar os planos. “Espero que os outros Estados-membros estejam também numa fase muito avançada de apresentar os seus planos”, adiantou, revelando a ambição de que no último Ecofin da presidência portuguesa do Conselho Europeu, a 21 de Junho, aprovar os primeiros planos, onde esteja também o de Portugal. 

O PRR tem previstos 13,9 mil milhões de euros em subvenções e 2,7 mil milhões de euros em empréstimos.

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