Eduardo Cabrita avisa que alguns concelhos deverão ter uma “pausa” no desconfinamento

Ministro da Administração Interna e partidos desejaram que o 15.º estado de emergência fosse o último, mas por precaução o Parlamento tem marcado um debate para nova renovação para a primeira quinzena de Maio no dia 28.

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LUSA/TIAGO PETINGA

Os argumentos e críticas repetiram-se durante uma hora. À 15.ª discussão, 13 meses depois, já é difícil encontrar expressões diferentes sobre as virtudes e defeitos do estado de emergência ou sobre o que se deve fazer para o país desconfinar em segurança. E sobre a abertura veio do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o aviso: nesta quinta-feira o Governo decide, com base na informação que recebeu no Infarmed, pelo “justo equilíbrio entre a vontade e necessidade de desconfinamento e a absoluta determinação de medidas restritivas ou de eventual pausa e suspensão no processo de reabertura onde tal seja necessário”.

Assimj, nos 22 concelhos onde o risco continua no vermelho (eram 40 há um mês, no início do desconfinamento), acima dos 120 novos casos diários por cem mil habitantes, o plano poderá não se aplicar como previsto. O novo estado de emergência que começa na sexta-feira e se estende até dia 30 “é um passo mais”. “São 15 dias decisivos que estão nas mãos dos portugueses”, afirmou Eduardo Cabrita, que subscreveu o “desejo genuíno” da maioria dos partidos de que esta seja a última renovação. Também rejeitou falhas nos testes – Portugal faz mais testes do que Espanha, Alemanha ou Holanda, disse , nas escolas a positividade foi de 0,1%, e a aplicação de restrições não trouxe instabilidade social, vincou.

No debate, que acabou com a aprovação da renovação do estado de emergência com os votos do PS, PSD, CDS, PAN e Cristina Rodrigues, a abstenção do BE e o voto contra do PCP, PEV, Chega, IL e Joacine Katar Moreira, os partidos concentraram-se sobretudo no que é preciso fazer agora para que o país se livre da pandemia sanitária e da crise económica e social. O PSD acusou o Governo de “preguiça, desleixo e impreparação” no caso da Educação – pela falta de computadores, de testes e de plano de recuperação de aprendizagens. O Bloco e o PCP insistiram na necessidade de reforço dos apoios sociais e de desbloqueio da compra e produção de vacinas; temas que o CDS também abordou para criticar o aproveitamento eleitoral do optimismo dos socialistas.

O PAN pediu que se evite o “caos social” num tempo em que os racismos e extremismos aumentam e se aposte nos apoios sociais, em vez de em “obras megalómanas”, enquanto o PEV defendeu a testagem em massa e planos de segurança no trabalho, transportes, escolas e espaços culturais. O Chega cobrou as promessas da vacinação, a IL atacou o clientelismo socialista. Joacine Katar Moreira pediu que a prioridade seja o combate à pobreza na luta contra os efeitos da covid-19, enquanto Cristina Rodrigues pediu “prudência” no desconfinamento.

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