PS 16 pontos à frente do PSD e a valer mais do que a direita toda

CDS mantém a tendência de tornar-se irrelevante (1,1%) e o Chega (8,5%) continua a ameaçar o terceiro lugar do Bloco (8,6%).

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Rui Rio e António Costa LUSA/ANTONIO COTRIM

Se as eleições legislativas se realizassem agora, os socialistas conseguiriam mais votação do que a direita toda junta devido a uma subida do PS e a uma descida do PSD. Olhando para os números da sondagem da Aximage publicada nesta segunda-feira pelo DN, JN e TSF, o PS recupera terreno e sobe para 39,7%, enquanto o PSD de Rui Rio reduz influência e desce para 23,6%. No caso do PS é mesmo um valor três pontos acima do que obteve nas legislativas de 2019, enquanto os sociais-democratas caem quatro pontos.

Os 39,7% do PS comparam com os 38% que a direita soma toda junta. Em termos percentuais, os socialistas continuam a precisar do BE e da CDU para chegar à maioria absoluta na sondagem, mas isso pode não acontecer em número de deputados por causa da distribuição diferente de número de votos para eleger consoante os distritos, tal como se verifica actualmente: PS e BE têm juntos mais de metade dos 230 deputados mas não da percentagem de votação.

Ainda à direita, este estudo mantém o cenário quase catastrófico para o CDS, que regista 1,1% (em 2019 teve 4,22% nas urnas), ao passo que confirma a tendência crescente do Chega, que se aproxima do terceiro lugar com 8,5% (o último lugar do pódio ainda continua nas mãos dos bloquistas, com 8,6%), e a Iniciativa Liberal regista 4,8%. Já o PAN, que mudará de liderança no congresso de Junho, recua para 3,2% (já chegou a ter 6,5% no barómetro da Aximage de Novembro), valor semelhante ao obtido nas últimas legislativas.

Isto significa que não se confirma a insistente ideia de André Ventura de que um futuro Governo à direita só será possível com o apoio do Chega. E também mostra que os eleitores já terão perdoado (ou esquecido) a António Costa o alívio das restrições no período do Natal que levou ao descalabro da situação pandémica em Janeiro.

À esquerda, além da posição confortável do PS, o BE continua aquém do resultado de há ano e meio, com 8,6% (tivera 9,5), e a ser acossado no terceiro lugar pelo partido mais nos seus antípodas, o Chega. A CDU mantém-se na faixa dos 6% (embora melhor do que nos últimos meses), o que significa um ligeiro recuo face às eleições (6,3), mas é dos partidos com menos oscilações.

Comparando com os resultados eleitorais de 2019, além da subida do PS (mais 3,3 pontos) e da descida do PSD (menos 4,1), registe-se o desaparecimento do Livre abaixo de 1% (obtivera 1,09%) e situação quase idêntica à do CDS, assim como a subida exponencial do Chega e da IL. Os dois partidos (com 13,3% em conjunto) aproximam-se do que representam BE e CDU juntos (14,6%).

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