Metro Mondego espera encaixar um milhão com venda de imóveis na baixa de Coimbra

Sociedade adquiriu prédios e fez demolições para fazer passar canal do sistema de mobilidade. Agora, está a vender as parcelas sobrantes.

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O novo sistema vai basear-se em autocarros eléctricos ADRIANO MIRANDA

A Sociedade Metro Mondego (SMM) está a vender cinco imóveis na baixa de Coimbra, que deverão render perto de um milhão de euros. As propriedades chegaram à posse da sociedade através das expropriações levadas a cabo em meados dos anos 2000 e foram adquiridas para se poder rasgar um canal na malha medieval da cidade, por onde passaria o sistema de mobilidade do Mondego.

Com as demolições de parte desses prédios e com a abertura da Via Central, a SMM está agora a desfazer-se das áreas que não necessita para fazer passar a Linha do Hospital do metrobus, um sistema de autocarros eléctricos.

A operação de venda dos cinco prédios urbanos, que têm áreas de implantação entre 290 e 37 metros quadrados, foi anunciada na passada quinta-feira e as propostas poderão ser entregues na SMM até dia 31 de Maio. Com excepção do prédio de menor área, apenas restam as fachadas dos edifícios. As três propriedades de menor dimensão encontram-se na rua Direita; as duas maiores ficam entre a Via Central e a rua João Cabreira.

A soma do preço base de cada uma das cinco unidades chega a 911 mil euros, sendo que o valor mais baixo é 56,8 mil euros e o mais alto atinge 444,9 mil euros. Ao PÚBLICO. A SMM adianta que prevê encaixar cerca de um milhão com a venda dos imóveis e explica que “as verbas serão destinadas ao financiamento do investimento a realizar” pela Metro Mondego. A sociedade, através de fonte oficial, responde ainda que tem “mais algumas” parcelas para vender da baixa de Coimbra, mas não adianta mais detalhes, nem acrescenta quando avançará para a sua alienação. De acordo com o último plano de actividades disponibilizado pela empresa pública, em 2022, a SMM prevê arrecadar 4,13 milhões de euros com venda de imóveis.

Deslocando o foco para a beira-rio de Coimbra, paira ainda alguma indefinição sobre o destino de outros dos terrenos e instalações que ficarão vagos quando os autocarros do sistema de transportes começarem a circular. A Infraestruturas de Portugal (IP), ainda não explicou o que acontecerá às áreas técnicas, barracões e terrenos que ficarão livres com a saída da ferrovia do centro da cidade.

Partindo do princípio que, como anunciado, a Estação Nova será mesmo desactivada, também ainda não se sabe qual o destinado a dar ao edifício. O presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado, já manifestou publicamente o desejo de instalar ali um centro cultural, mas o repto ainda não teve resposta.

No final de 2019, o Ministério das Infraestruturas e Habitação referiu apenas que governo, autarquia, Sociedade Metro Mondego e IP estavam a analisar “diversos cenários de reutilização do património em referência”. Um ano depois, o vereador com o pelouro do urbanismo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Carlos Cidade, referia ao PÚBLICO que a própria IP estava “a desenvolver um estudo de reabilitação e construção de edificado” sobre aquela zona da cidade e que a câmara deveria receber um Pedido de Informação Prévia.

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