PCP acusa Governo de dar prioridade ao défice e não ao combate à pandemia

O comité central do PCP esteve reunido no balanço que faz da gestão da pandemia dá nota negativa ao Governo. Jerónimo de Sousa diz que o Governo podia dar uma resposta mais “imediata”, mas a prioridade dada ao défice não permite ir mais longe.

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Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, condenou a renovação do estado de emergência até Maio Nuno Ferreira Santos

Para o PCP, o Governo possui “todos os meios para dar uma resposta necessária mais imediata”, mas “insiste não o fazer” e opta por “dar prioridade à gestão do défice, em detrimento das medidas e investimento inadiáveis”. A conclusão foi apresentada ao final desta segunda-feira pelo secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, após a reunião do comité central do PCP. E deixou críticas ao Presidente da República também.

“É um pouco mais do mesmo. Temos um problema sério, tendo em conta a situação sanitária, mas devia ser considerado um novo paradigma”, considerou o líder do PCP, apelando à conciliação de uma reabertura da economia mais ambiciosa, aliada a uma protecção saúde mais rigorosa, em alternativa à renovação do estado de emergência até Maio.

Jerónimo de Sousa defendeu "medidas que visem o funcionamento e não encerramento” da actividade do país através de uma maior atenção à “prevenção, rastreio, testagem e vacinação” contra a covid-19 e voltou a lembrar os compromissos assumidos pelo Governo em relação ao reforço do Serviço Nacional de Saúde. 

O partido não esconde a sua preocupação em relação à “estabilidade das actividades económicas e à sobrevivência de milhares de micro, pequenas e médias empresas” e alerta para a importância de uma “as quais pede a garantia de que será dada “adequada preparação para que se possa retomar [a actividade económica] em segurança”, referindo-se, nomeadamente, às actividades sociais, culturais e desportivas. 

A partir da sede do PCP, o líder comunista deixou também críticas aos grupos económicos que continuam a “acumular lucros” em contraste com a situação que enfrentam “os trabalhadores e as mais diversas camadas da população”. 

Tal como os restantes partidos com assento parlamentar, esta terça-feira o PCP é ouvido pelo Presidente da República a propósito da renovação do estado de emergência e será nessa audiência que os comunistas voltarão a defender um "novo paradigma”.

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