Ministro da Defesa pede aos britânicos que não marquem férias e aguardem recomendações

Ben Wallace considera prematuro que os britânicos comecem a pensar em férias no estrangeiro e pede-lhes que esperem pelos conselhos da taskforce que lida com a pandemia, que deverá informar o Governo em Abril sobre o impacto que as viagens poderão ter.

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DINUKA LIYANAWATTE/Reuters

O ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, disse, este domingo, que é prematuro marcar férias de Verão fora das ilhas britânicas, porque os turistas podem trazer variantes resistentes às vacinas das suas viagens ao estrangeiro e, assim, prejudicar os esforços da campanha de vacinação.

Metade dos adultos no Reino Unido já recebeu, pelo menos, uma dose da vacina contra a covid-19, colocando o país no pelotão da frente no que diz respeito à vacinação, superando outras grandes economias e os países da União Europeia, onde a administração de vacinas tem sido mais lento e algo caótico.

“Não podemos pôr em perigo os ganhos da nossa campanha de vacinação”, disse Wallace, referindo-se à possibilidade de os turistas regressados a casa virem infectados com mais perigosas e mais transmissíveis do vírus. “Se fôssemos imprudentes e importássemos novas variantes que comportam riscos, como reagiriam as pessoas?”, disse numa entrevista à Sky News.

“Ainda não marquei as minhas férias”, admitiu Wallace numa outra entrevista à BBC, porque “seria prematuro fazê-lo”.

Wallace pediu aos britânicos que aguardem, como ele, aquilo que a task force recomendar ao Governo. O plano de desconfinamento apresentado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em Fevereiro, prevê que seja tomada em Abril a decisão de levantar as restrições de viagens ao estrangeiro a 17 de Maio.

A task force do governo para viagens internacionais, composta de funcionários públicos e executivos do sector, entrega o seu relatório sobre quando e de que forma se poderão reatar as viagens para o exterior no dia 12 de Abril.

As declarações do governante vão na linha do que um dos cientistas que aconselham o executivo britânico disse ontem, aumentando os receios dos britânicos, das companhias aéreas e agências de viagens, de este ser um segundo Verão consecutivo perdido.

“Não podemos ser surdos e cegos ao que se está a passar fora do Reino Unido. Se olharem para a Europa, as infecções têm aumentado”, acrescentou Wallace.

Segundo o Financial Times, o Governo britânico está a elaborar um plano de abertura com um sistema de semáforos que permita autorizar viagens para certos países classificados como “verde”, com grande percentagem de vacinação, e imponha restrições nas deslocações para outros que tenham demasiadas infecções e variantes do coronavírus e/ou que o seu plano de vacinação seja insuficiente.

Chris Whitty, o director médico de Inglaterra, é um dos que está mais nervoso em relação à possibilidade do levantamento de restrições de forma demasiado rápida, afirma o jornal.

“Todos os modelos sugerem que, à medida que formos abrindo, a determinado momento vamos ter um surto do vírus”, afirmou o médico à BBC. “E poderá acontecer, por exemplo, no final do Verão, se abrirmos gradualmente ou, se houver um efeito sazonal, pode acontecer no próximo Outono e Inverno.”

Whitty está preocupado que essa nova onda pandémica possa apanhar aqueles que ainda não estiverem vacinados ou que a vacina não tenha protegido devidamente e assistir a a um aumento do número de casos e de mortes no Outono e Inverno deste ano.

“Estamos a caminhar na boa direcção, estamos a chegar e penso que devemos preservar isso a todo o custo”, acrescentou o ministro da Defesa.

Países como Portugal, Turquia, Espanha, Grécia, habituais destinos turísticos dos britânicos já se mostraram disponíveis para receber turistas britânicos a partir de 17 de Maio, exigindo apenas o certificado de vacinação ou um teste recente de covid-19 negativo.

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