Relações públicas de Hollywood exigem mudanças drásticas nos Globos de Ouro

Esta segunda-feira, 102 agências de relações públicas de Hollywood assinaram uma carta que exige à organização da cerimónia mudanças drásticas na forma como os prémios são geridos.

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Amy Poehler, uma das apresentadoras deste ano, ao lado de Maya Rudolph e Kenan Thompson nos Globos de Ouro, que terão de mudar sob pena de alguns dos maiores nomes de Hollywood deixarem de participar LUSA/HFPA / HANDOUT

Este ano, os Globos de Ouro, os prémios que visam o cinema e a televisão norte-americanos, foram recheados de polémica. Não só tiveram, no final de Fevereiro, a cerimónia menos vista em 13 anos, numa altura em que as pessoas estão, regra geral, em casa, como houve também várias acusações de elitismo, de permeabilidade à influência excessiva dos estúdios nas nomeações e nos vencedores e de alguma corrupção. Tudo começou com uma reportagem do Los Angeles Times, jornal que também revelou que não existem votantes negros nos cerca de 90 membros da Hollywood Foreign Press Association (HFPA, a Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood).

Esta segunda-feira, 102 agências de relações públicas de Hollywood assinaram uma carta que exige à HFPA mudanças drásticas na forma como a associação lida com os prémios, sob pena de os seus clientes, alguns dos nomes mais sonantes do cinema e da televisão norte-americanos, deixem de trabalhar com eles.

Na carta, publicada na íntegra pela revista Variety, pode ler-se que os signatários pedem à associação “para manifestar rapidamente uma mudança profunda e duradoura para erradicar o prolongado carácter de exclusão e a prática disseminada de comportamento discriminatório, ausência de profissionalismo, impropriedade ética e alegada corrupção financeira endémica”. Fala-se de como durante a “última década” a indústria, num “acerto de contas sísmico”, “começou a lidar com o seu falhanço em reflectir e honrar a diversidade” da comunidade de Hollywood, só que ainda não se viu a HFPA a fazer isso, “mesmo sendo permitido que a iniquidade sistémica e o comportamento escandaloso continuem”. Ainda se adiciona que concordam que a “mudança transformadora da organização e das suas práticas histórias é essencial e inteiramente alcançável”. Enquanto tal não acontecer, dizem, não podem defender que os seus clientes “participem em eventos da HFPA ou entrevistas” e aguardam “planos explícitos e um calendário para a mudança”.

A Variety cita ainda fontes da NBC e da Dick Clark Productions, respectivamente, a estação de televisão e a produtora dos Globos de Ouro, que dizem ter esperança que a associação “seja séria acerca do intuito de se modificar”. Caso contrário, terão de “discutir o futuro dos Globos”. 

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