Transportes públicos acompanham desconfinamento, mas sem medidas especiais

As transportadoras públicas da Área Metropolitana de Lisboa e do Porto afirmam que vão reajustar a oferta à procura sempre que assim se justificar, embora se comprometam a cumprir a lotação máxima de 2/3.

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Rui Gaudencio

O plano de desconfinamento, anunciado esta quinta-feira, permite dar um passo em frente a cada quinze dias, e o primeiro está já planeado para a próxima segunda-feira. A abertura de creches, pré-escolares e 1º ciclo, bem como serviços estéticos, livrarias, bibliotecas e arquivos, vai colocar mais pessoas a circular no espaço público e os serviços de transporte afirmam estar preparados para o aumento da procura.

Tanto na Área Metropolitana de Lisboa (AML), como na do Porto (AMP), a oferta tem vindo a ser reajustada durante as várias fases da pandemia e não se avizinham medidas especiais para a primeira etapa do segundo desconfinamento do país – nem António Costa as referiu no seu discurso.

No caso de Lisboa, prevê-se uma adopção do horário escolar nos transportes rodoviários para responder ao regresso às aulas, embora a oferta seja ainda muito superior à procura – existe uma folga de cerca de 60% na maior parte das carreiras. No entanto, a AML não descarta uma constante reavaliação dos seus transportes, “podendo haver reforços em certas linhas ou horários onde seja detectada uma maior procura”, de forma a fazer cumprir a regra de 2/3 da ocupação, que se manteve apesar dos peritos terem defendido uma lotação limitada a apenas 25% do normal.

Já quanto aos transportes ferroviários, metropolitanos e fluviais, desde o final de Janeiro que têm “operado em números muito próximos aos 100% da sua capacidade” operacional, segundo a AML, não sendo necessárias grandes reavaliações para assegurar a taxa de ocupação máxima definida.

A norte, a AMP também não descarta reajustes na sua oferta e afirma que já “instruiu os operadores da sua área de competência para procederem à reactivação das linhas de transporte público” que servem o ensino pré-escolar e o 1º ciclo.

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) afirma, no entanto, que “no imediato, não serão consideradas novas alterações à operação, mantendo-se os horários preparados para o confinamento, actualmente, em vigor”. No final de Fevereiro, a STCP já tinha diminuído a frequência dos seus autocarros em 19%, medida que justificou, entre outras razões, pela “permanência dos estabelecimentos de ensino encerrados”. Contudo, a transportadora afirma que faz “uma monitorização constante da sua operação, de modo a identificar situações que possam ser alvo de reajustes”, garantindo o cumprimento das regras de lotação estabelecidas.

Em resposta ao PÚBLICO, é ainda referido, pela AMP, que os operadores privados de transporte público contratados, em Novembro, para reforçar a oferta da STCP encontram-se preparados “para responder a aumentos da procura”.

Texto editado por Ana Fernandes

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