Ginásios dizem que plano de desconfinamento é uma “desilusão”

O plano de desconfinamento apresentado por António Costa, prevê a abertura dos ginásios após a Páscoa, a 5 de Abril, mas ainda sem a realização de aulas de grupo, o que só poderá acontecer a 3 de Maio.

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A Portugal Activo

AGAP, associação que representa as empresas de ginásios, considera que o plano de desconfinamento anunciado pelo Governo, na quinta-feira, é uma “desilusão” e lembra que o sector já provou ser “seguro”.

“Este plano é uma desilusão, porque consideramos que somos uma actividade essencial, que é promotora de saúde e não entendemos o porquê de não integrarmos a primeira fase de reabertura”, declara José Carlos Reis, presidente da AGAP, reforçando esta posição lembrando que "não houve surtos nos ginásios” aquando do primeiro desconfinamento.

Sobre os efeitos desta paragem prolongada neste sector, o dirigente da AGAP afirmou que a associação está “muito preocupada” e que esta reabertura faseada prejudica ainda mais os ginásios.

O plano de desconfinamento apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, prevê a abertura dos ginásios após a Páscoa, a 5 de Abril, mas ainda sem a realização de aulas de grupo, o que só poderá acontecer a 3 de Maio.

“É uma reabertura que transmite desconfiança aos nossos clientes e é preocupante, pois cria a ideia de que não somos um ambiente seguro, o que não é verdade. Até a separação das aulas de grupo não faz qualquer sentido, uma vez que as aulas são completamente controladas, com lugares marcados, sem risco de contágio”, argumenta.

O presidente da AGAP sublinha que “o exercício é essencial, não só em termos imunológicos, mas também no bem-estar físico e social das pessoas”, e lamenta que, até agora, o Governo não tenha dado resposta às propostas apresentadas pela associação para recuperar a vitalidade económica do sector.

“Nada se passou até agora. Temos sido bem recebidos, não tem é havido efectivação das medidas. Não há medidas específicas por sectores e o nosso é dos mais afectados”, denuncia José Carlos Reis.

Entre as medidas apresentadas pela associação para revigorar o sector, a AGAP pede uma redução da taxa de IVA aplicável à utilização de instalações destinadas à melhoria ou manutenção da condição física e saúde, a possibilidade de dedução dos custos com exercício físico em sede de IRS, o incentivo às empresas para comparticipação nas despesas dos seus colaboradores com o exercício físico e a atribuição de apoios a fundo perdido aos clubes para compensar a diminuição da facturação, assegurando a continuidade da sua actividade económica após o surto pandémico.

A associação solicita ainda apoios aos profissionais de exercício físico, o apoio à tesouraria das empresas, através de linha de apoio, e inova ao propor a criação do “Passe Exercício e Saúde”, em que sugere a subsidiação de descontos nas mensalidades de ginásios para doentes identificados pelos centros de saúde.

Na resolução do Conselho de Ministros aprovada esta quinta-feira, o Governo anunciou também que vai apoiar o sector desportivo com 65 milhões de euros, dirigidos a clubes e federações.

Embora reconheça que se trata de “uma medida muito importante”, José Carlos Reis explicou que este apoio não chegará à maioria dos associados da AGAP, que na sua maioria integram o sector privado.

“Embora não chegue à maioria dos nossos associados, tenho de dar os parabéns ao Governo por ter avançado com este apoio, que é um sinal muito importante como impulso e reconhecimento da importância da actividade física”, termina o presidente da AGAP.

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