Nos 60 anos da Guerra Colonial: (des)memória e imaturidade*

As guerras coloniais são o exemplo acabado de guerras combatidas por causas que deixaram de ser aceitáveis, porque são, acima de tudo, a forma agravada da violência colonial, essa violência que é intrínseca a toda a colonialidade.

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DGLAB/ANTT

A memória de todas as guerras é sempre incómoda. Mais incómoda é quando nela se lembram guerras coloniais — ainda que, de uma forma ou doutra, sejam coloniais todas as guerras que envolvem a ocupação e submissão de territórios e populações por uma força armada estrangeira. À luz dos valores democráticos que refundaram as democracias depois de 1945, que, um a um, derrubaram todos os impérios, as guerras coloniais são o exemplo acabado de guerras combatidas por causas que deixaram de ser aceitáveis, porque são, acima de tudo, a forma agravada da violência colonial, essa violência que é intrínseca a toda a colonialidade — a violência física exercida sobre o colonizado, a violência social da submissão, a violência económica da exploração, a violência legal e simbólica de uma hierarquia étnica criada, imposta e justificada pelo colonizador.

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