Publicado primeiro guia de peixes de água doce e migradores de Portugal

O livro descreve também as espécies exóticas presentes nos rios e albufeiras do país.

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Cláudia Baeta

O primeiro Guia de Peixes de Água Doce e Migradores de Portugal Continental foi recentemente publicado pelas Edições Afrontamento, informou agora o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (Muhnac) da Universidade de Lisboa.

Trata-se de um guia com 292 páginas que resulta de um projecto coordenado por Maria João Collares-Pereira, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), e inclui a descrição de “todas as espécies nativas residentes, migradoras e visitantes marinhas conhecidas à data”, anunciou o museu em comunicado.

O livro descreve também as “espécies exóticas presentes nos rios e albufeiras nacionais”, incluindo mapas da sua distribuição no país, num total de “62 espécies”, acompanhadas de ilustrações científicas na forma de aguarelas originais da autoria de Cláudia Baeta e Pedro Salgado.

“É uma ferramenta de elevado valor prático e científico para os que se interessam pelos temas abordados, incluindo pescadores lúdicos e desportivos, técnicos e gestores ambientais, professores e alunos, para além do público em geral”, descreveu a coordenadora da investigação.

O guia foi realizado em co-autoria com outros investigadores nacionais, nomeadamente Maria Judite Alves, Filipe Ribeiro, Isabel Domingos, Pedro Raposo de Almeida, Luís da Costa, Hugo Gante, Ana Filipa Filipe, Maria Ana Boim, Patrícia Marta Rodrigues e Maria de Filomena Magalhães.

É publicado numa altura em que “o agravamento das pressões sobre os ecossistemas fluviais” do país e em toda a região mediterrânica, “devido à destruição de habitats, à introdução de espécies exóticas e às alterações climáticas”, entre outros aspectos, “requer a mobilização de todos”, refere o comunicado.

O guia aborda “desde os vários tipos de ecossistemas fluviais às características particulares dos peixes que neles habitam”, mas também “o valor que possuem no contexto científico, histórico, ornamental e cultural”.

“Algumas espécies como a lampreia-marinha, o sável, a enguia-europeia e o achigã são bem conhecidos do público, mas muitas outras, como os barbos, as bogas, os escalos que vivem nos nossos rios são praticamente desconhecidos das pessoas. O valor destas espécies é incalculável, uma vez que, em muitos casos, são exclusivas dos rios ibéricos ou nacionais, o que reforça a importância da sua divulgação também do ponto de vista da conservação”, frisou Maria João Collares-Pereira, citada no comunicado.

O guia contou com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, através do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c)​; do Mare - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da FCUL; do Muhnac, assim como da Universidade de Évora; da Biota - Estudos e Divulgação em Ambiente; e da Câmara Municipal de Lisboa.

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