Carlos Moedas: “Foi uma decisão de vida, reflectida e pensada”

Candidato apoiado pelo PSD e CDS apresentou candidatura à Câmara de Lisboa.

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Nuno Ferreira Santos
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Com um azul Europa em fundo – sem siglas do PSD ou do CDS – e o slogan “Novos Tempos”, Carlos Moedas apresentou-se como candidato à Câmara de Lisboa já com ambição de “derrotar” a governação socialista de 14 anos. O social-democrata assumiu estar por inteiro no projecto de conquistar a cidade que não é a sua terra natal mas a que o adoptou aos 18 anos. Sem querer chamar “colecção de partidos” às forças políticas que o apoiam, o ex-comissário europeu desafia independentes a juntarem-se à sua candidatura para centrar Lisboa “nas pessoas, na ciência e inovação e na cultura”.

Numa sessão no Instituto Superior Técnico, onde se formou como engenheiro, Carlos Moedas deixou o cargo na administração da Fundação Gulbenkian para se empenhar no seu novo projecto político, afastando para já outros voos políticos no PSD. “Estou aqui para ser presidente da Câmara de Lisboa, deixei a minha vida toda para me concentrar neste projecto e na minha vida política levei tudo até ao fim. Esse é o meu sonho, não tenho outro”, afirmou, já em resposta aos jornalistas, depois de ter dito que esta foi uma “decisão de vida, reflectida e pensada”, mas também “querida e desejada”.

Como “engenheiro”, Carlos Moedas disse ter um plano: conseguir congregar “as forças não socialistas e moderadas e progressistas da cidade”. Já conta com o apoio do seu partido, o PSD, do CDS, do Partido Popular Monárquico (PPM) , do Movimento Partido da Terra (MPT) e da Aliança. Falta a Iniciativa Liberal com quem ainda está em diálogo e os independentes, “cidadãos desencantados com a política ou que no passado tiveram outras opções políticas”.

Uma alternativa para “mudar a governação socialista com mais de 14 anos”, somando a de Fernando Medina e a de António Costa, que “não serve para os novos tempos”.

Sobre a meta eleitoral, o candidato elevou as expectativas. “Estou aqui para ganhar. E a convicção que tenho é que vamos conseguir ganhar, porque vamos conseguir aglomerar muita gente, mas assumirei sempre as minhas responsabilidades, sempre assumi”, disse em resposta à pergunta sobre se aceitará ser vereador, se não ganhar as eleições. Numa sessão sem convidados, o antigo secretário de Estado do Governo PSD/CDS (com a responsabilidade do programa de ajustamento) não quis revelar se foi o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa que o convenceu a aceitar ser candidato autárquico nem se foi encorajado pelo antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Na sua intervenção, Carlos Moedas já deixou pistas sobre a sua visão crítica da Lisboa dos últimos tempos. “Muito bem ao turismo, muito bem às feiras internacionais. Mas não chega”, afirmou, acrescentando que é uma cidade em que “o trânsito se tornou impossível e em que a sujidade das ruas salta aos olhos”. Num vídeo transmitido na sala com imagens de Lisboa, antes da apresentação, Carlos Moedas falou ainda de uma cidade de um “círculo de aparências e vaidades”.

Em resposta aos jornalistas sobre a actual governação de Fernando Medina, o ex-comissário europeu acusou o presidente da câmara de não ter cumprido “muitas promessas” como as da criação de habitação com renda acessível e os 14 centros de saúde, “que não estão lá”.

Carlos Moedas assumiu que voltou a Lisboa, ao fim de cinco anos, tempo em que esteve como comissário europeu, e que encontrou uma cidade “que não cuida das pequenas coisas, daquelas que fazem a diferença no dia-a-dia”. Para combater já a acusação de ter vivido muito tempo fora de Portugal, o antigo secretário de Estado, que é natural de Beja, começou por dizer que Lisboa também é a sua cidade: “É, de certa forma, a minha terra. Aquela que me adoptou quando eu tinha 18 anos, no mês de Setembro de 1988, quando entrei aqui no Instituto Superior Técnico”. 

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