Mariah Carey enfrenta processos por “difamação” dos irmãos por causa das suas memórias

A queixa de Morgan Carey, irmão mais velho da cantora, não pede uma indemnização, ao contrário da acção interposta pela irmã Alison, que exige o pagamento de um milhão de euros.

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A cantora lançou o livro de memórias The Meaning of Mariah Carey em Setembro de 2020 Reuters/LUCAS JACKSON

O irmão mais velho de Mariah Carey, Morgan Carey, interpôs uma acção contra a artista, dando entrada, na quarta-feira, com o processo no Supremo Tribunal de Nova Iorque, avançou a revista especializada Variety. A queixa alega que excertos do livro de memórias da cantora, The Meaning of Mariah Carey, são falsos e difamatórios, tendo a irmã causado de forma intencional o seu “sofrimento emocional”. 

Morgan é o segundo membro da família Carey a processar a artista por causa do livro, seguindo os passos da irmã, Alison, que, há um mês, acusou a obra de ter “acusações cruéis e ultrajantes” sobre si, adiantou na altura o The Guardian.

O irmão “interpôs esta acção mais pela tristeza e desilusão causadas pelas traições e falsidades maliciosas da sua irmã do que por estar zangado”, lê-se no processo, segundo a Variety. “Ele não tem qualquer inveja do enorme sucesso artístico e pessoal da irmã, beneficiando dos seus próprios sucessos tanto profissionais como pessoais e sempre lhe desejou bem.” Morgan Carey (nascido a 6 de Agosto de 1960) é produtor discográfico, formador de fitness, empresário e ex-modelo.

The Meaning of Mariah Carey, lançado em Setembro de 2020 e que desencadeou muito burburinho em torno de algumas revelações, como o facto de a artista ter gravado secretamente um álbum de música grunge, em 1995, ou a história de quando o ex-marido Tommy Mottola, actualmente co-proprietário da Casablanca Records, mandou um grupo armado à procura da mulher num Burger King, onde estava a comer uma refeição rápida com o rapper Da Brat.

No entanto, o que está a causar celeuma entre a família Carey são as passagens sobre a infância de Mariah, que a própria compara à história de Os Três Porquinhos. “A minha infância foi uma série de casas frágeis e instáveis, uma após a outra, onde inevitavelmente o Grande Lobo Mau, o meu perturbado irmão, bufava e soprava e deitava tudo abaixo”, escreveu. “Nunca me senti segura. A sua raiva era imprevisível; nunca sabia quando viria, ou quem ou o que iria consumir.”

Noutra passagem, a artista discorre sobre a violenta relação entre Morgan e o pai, incluindo o facto de o irmão ter sido institucionalizado quando jovem. “Foram precisos 12 polícias para separar o meu irmão e o meu pai (…) Eu era uma menina com poucas recordações de um irmão mais velho que me protegia. Mais frequentemente, sentia que tinha de me proteger dele”, cita o site de celebridades TMZ.

O documento do tribunal enumera estas e outras passagens do livro de memórias, com Morgan a alegar que as mesmas são falsas. Como resultado, ele afirma ter “sofrido uma extrema angústia mental, ultraje, uma enorme ansiedade sobre o seu futuro e a sua capacidade de se sustentar e à sua família, danos à sua reputação e à sua capacidade de rendimento, embaraço entre os seus amigos e sócios, perturbação da sua vida pessoal e perda do gozo dos prazeres comuns da vida quotidiana”.

O processo também enfatiza que os danos foram intencionais, apontando uma entrevista pré-publicação que Mariah deu a Oprah Winfrey. “Ela pretendia prejudicar o requerente, afirmando que ‘ele começava sempre os conflitos’ (…) e referindo-se publicamente ao queixoso como o seu ‘ex-irmão’”.

Ao contrário de Alison, cuja acção, que deu entrada no mesmo tribunal, exige o pagamento de 1,25 milhões de dólares (um milhão de euros) em indemnizações, Morgan não está a pedir uma quantia específica de dinheiro, defendendo estar a lutar por desfazer os danos através de uma “determinação judicial”.

Segundo o The Guardian, Alison, que se representará a si própria no processo, alega na sua queixa que o livro é “impiedoso, cruel, vingativo, desprezível e uma humilhação pública completamente desnecessária”, adiantando que sua publicação a deixou severamente deprimida e a fez voltar a ter problemas com o vício em álcool após um longo tempo sóbria.

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