Saídas de Lacerda Machado, Esmeralda Dourado e Urbahn reduzem administração da TAP a seis elementos

Os três membros do conselho de administração da transportadora aérea não renovam mandato e saem da transportadora no final de Abril. No caso de Lacerda Machado, o gestor considerou que “era tempo de sair”. Empresa espera novo presidente executivo.

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Diogo Lacerda Machado chegou à administração da TAP em Junho de 2017, ao lado de outros gestores Manuel Roberto

Diogo Lacerda Machado, Esmeralda Dourado e Trey Urbahn vão deixar de ser membros do conselho de administração da TAP a partir do final de Abril, depois de as contas do exercício do ano passado ficarem formalmente fechadas (estimando-se perdas de cerca de 900 milhões euros). No caso de Lacerda Machado, o gestor afirmou ao PÚBLICO que “era tempo de sair” da transportadora aérea. Por parte do Ministério das Infra-estruturas, fonte oficial afirmou apenas que os gestores em causa “renunciam aos cargos ao abrigo do código das sociedades comerciais” e que “o seu mandato terminou em Dezembro”. Falta saber que é que o Governo irá escolher para os substituir.

De acordo com site económico Eco, as saídas de Diogo Lacerda Machado e de Esmeralda Dourado foram formalizadas na passada segunda-feira, através de cartas de rescisões. Formalmente, o mandato terminou no final de Dezembro, mas normalmente a gestão mantém-se até à realização de uma assembleia geral, no âmbito da qual se oficializam as entradas e saídas. No entanto, no caso da TAP, não está marcada nem prevista uma data para a realização de uma assembleia-geral.

Entre as três saídas, o nome mais sonante é o de Diogo Lacerda Machado, advogado e conhecido amigo do primeiro-ministro, António Costa. Apaixonado desde pequeno pelo sector da aviação, esteve no centro das negociações para o reforço do Estado na TAP após a privatização, garantindo que a participação pública ficava nos 50% (cabendo 45% ao consórcio privado de David Neeleman e de Humberto Pedrosa e outros 5% aos trabalhadores).

No caso de Trey Urbahn, este gestor era o último dos administradores com antigas ligações ao ex-accionista David Neeleman (esteve na fundação da transportadora aérea brasileira Azul, ao lado de Neeleman). Antes destes três gestores já outra administradora, Ana Pinho Macedo Silva, tinha saído da empresa no final do ano passado.

No espaço de um ano, o presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, saiu da TAP, tal como o accionista que o colocou no cargo, David Neeleman, e o administrador financeiro, Raffael Quintas, e o Estado passou a deter 72,5% do capital, aguardando ainda a “luz verde” da Comissão Europeia ao plano de reestruturação.

No conselho de administração estão ainda o presidente, Miguel Frasquilho, o presidente executivo interno da TAP, Ramiro Sequeira, António Gomes de Menezes, Bernardo Trindade, José Manuel Silva Rodrigues e Alexandra Reis (que está também na comissão executiva). Estes dois últimos pertencem à administração em representação de Humberto e de David Pedrosa (que também deixaram de estar presentes na administração).

O Governo contratou uma empresa para recrutar um novo presidente executivo, e chegou a pensar-se que o assunto estaria resolvido até ao final do ano passado, mas o seu nome só deverá ser divulgado após o plano de reestruturação ser aprovado por Bruxelas.

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