Klara vai ficar connosco para sempre

Apaixonante a forma como Kazuo Ishiguro joga com a percepção no romance Klara e o Sol através da maneira como a narradora Klara, uma andróide, vê o mundo à sua frente. Este é o primeiro romance que o escritor britânico lança depois de lhe ter sido atribuído o Prémio Nobel da Literatura em 2017.

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Kazuo Ishiguro © Lorna Ishiguro

Quem leu há mais de uma década o romance Nunca Me Deixes, de Kazuo Ishiguro, publicado em 2005 pela Gradiva, editora portuguesa do escritor britânico nascido no Japão, poderá não se recordar bem da história ou das suas personagens. Mas nunca terá esquecido o impacto que sentiu ao lê-lo: não só por causa do ambiente que o autor, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura anos depois, em 2017, recria naquele romance distópico de ficção científica que aborda a clonagem; mas também pela forma brilhante como conduz os leitores através da narrativa e demora a revelação do que realmente ali se passa. Essa mesma sensação é-nos dada pela leitura deste Klara e o Sol, o primeiro romance que lança depois do Nobel, e que situa algures nos Estados Unidos da América. Há por isso em Klara e o Sol um imaginário e paisagens como as dos quadros de alguns pintores norte-americanos, com vastos campos e céu no horizonte, mas também, imagens como as dos prédios e luzes artificiais de Edward Hopper (1882- 1967).

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