José Tolentino Mendonça vence Prémio Universidade de Coimbra

O júri escolheu o bibliotecário e arquivista da Biblioteca da Santa Sé por unanimidade, considerando que o cardeal destacou-se dos demais candidatos “pela figura inquestionável que é no plano nacional e internacional”.

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José Tolentino Mendonça Nuno Ferreira Santos

O cardeal José Tolentino Mendonça“uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social inclusiva”, é o destinatário do Prémio Universidade de Coimbra (UC) de 2021, anunciou esta quinta-feira aquela instituição.

O Prémio UC vai ser entregue a 1 de Março, na sessão solene comemorativa do 731.º aniversário da Universidade, afirmou o reitor da instituição, Amílcar Falcão.

“Trata-se de uma figura ímpar, uma pessoa da cultura, com uma visão social inclusiva, que tocou muito directamente ao júri, que o nomeou por unanimidade”, realçou o reitor, referindo que o cardeal destacou-se dos demais candidatos “pela figura inquestionável que é no plano nacional e internacional”.

Este ano, o Prémio UC, no valor de 25 mil euros, será dividido em duas partes, “sendo dez mil euros para o vencedor e 15 mil euros para uma bolsa de investigação numa área que será determinada pelo vencedor”, disse Amílcar Falcão. “Tratando-se de quem se trata, acreditamos que será, certamente, de uma área de inclusividade, de resposta às dificuldades da sociedade num ano tão difícil como o que estamos a viver e em que a humanidade, que é o tema da Semana Cultural da Universidade de Coimbra, fica muito bem representada com um premiado desta qualidade”, aclarou.

Tolentino Mendonça, que foi elevado a cardeal em 2019, é um poeta, teólogo, sacerdote e professor universitário, sendo considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea e reconhecido como um eminente intelectual católico. A sua vasta obra, já distinguida com vários prémios, inclui poesia, ensaios e peças de teatro. Tem também colaborado como tradutor e organizador em muitos outros livros.

Nascido em Dezembro de 1965, em Machico, na ilha da Madeira, foi ordenado padre em 1990 e começou por exercer funções enquanto sacerdote na Paróquia de Nossa Senhora do Livramento no Funchal, entre 1992 e 1995. Em Lisboa, foi capelão durante cinco anos na Universidade Católica Portuguesa, esteve na paróquia de Santa Isabel e, entre 2010 e 2018, foi reitor da Capela do Rato.

Entre 2004 e 2014, Tolentino Mendonça foi o primeiro director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, então criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para promover o diálogo entre a Igreja e o meio cultural nacional. Em 26 de Junho de 2018, Tolentino Mendonça foi nomeado bibliotecário e arquivista da Biblioteca e Arquivo Apostólicos da Santa Sé pelo papa Francisco.

Após ter sido ordenado cardeal, em Outubro de 2019, voltou a fazer parte do Conselho Pontifício da Cultura, de que tinha sido consultor até à sua nomeação como arquivista e Bibliotecário da Santa Sé.

O Prémio UC, instituído em 2004, distingue anualmente uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante nas áreas da cultura ou da ciência.

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