Associação Académica da UTAD quer combater o abandono escolar

A prioridade da nova presidente da Associação Académica da UTAD, Maria Ferreira, é “ajudar a evitar que os alunos abandonem o ensino superior”. Já sinalizou alunos com dificuldades económicas.

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Miguel Manso

A nova direcção da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), liderada por Maria Ferreira, tem como prioridade ajudar a mitigar o abandono escolar neste ano marcado pela crise pandémica.

Maria Ferreira, 21 anos, natural de Guimarães e aluna de mestrado em Engenharia Agronómica, é a primeira mulher a presidir à AAUTAD, em Vila Real, associação que assinalou esta quarta-feira 33 anos de existência.

Foi também nesse dia que os novos órgãos sociais tomaram posse e, segundo disse a presidente à agência Lusa, a AAUTAD tem como prioridade “ajudar a evitar que os alunos abandonem o ensino superior” neste ano marcado pela pandemia de covid-19. “Seja por motivos económicos, psicológicos ou pelo ensino online que se reflecte na qualidade do ensino”, salientou Maria Ferreira. Para o efeito, a AAUTAD diz que “está de portas abertas” para todos os estudantes.

“Por causa da pandemia de covid-19 a situação económica das famílias está a agravar-se. Temos feito esse trabalho, de tentar chegar aos alunos, perceber se há alguém que precise e, nestas últimas semanas, chegaram quatro pedidos de ajuda por dificuldades económicas”, referiu.

Em 2020, a AAUTAD, aliada aos núcleos e associações de estudantes, criou a iniciativa solidária “A Academia une todos à distância”, que angariou uma bolsa de 5000 euros destinada a apoiar alunos que estejam a passar por dificuldades económicas por causa da covid-19.

Maria Ferreira disse que em 2020 foi atribuída uma bolsa e que este ano já receberam quatro candidaturas, sendo que vão ser abertas mais 10, no valor de 350 euros.

A AAUTAD promoveu um questionário para perceber as condições enfrentadas pelos estudantes e obteve cerca de 800 respostas. Maria Ferreira adiantou alguns dos resultados preliminares deste estudo e mostrou-se preocupada com as respostas à pergunta se “já pensaram em abandonar o ensino superior”.

Disse que muitos alunos apontam o abandono escolar devido a motivos psicológicos, outros, em menor percentagem, por dificuldades económicas e outros revelaram a intenção de congelar a matrícula se se mantiver o ensino online neste semestre. “Tivemos contacto por parte de alguns pais a pedir ajuda para os filhos, principalmente do primeiro ano que têm tido algumas dificuldades”, disse.

A responsável enalteceu o “trabalho exemplar” que a UTAD está a fazer no apoio aos estudantes. A academia mantém em funcionamento a cantina que tem também take-away, disponibilizou apoio para os que ficaram em isolamento e precisaram de entrega de refeições e, para quem não consegue pagar a alimentação, a Associação Académica criou um contacto.

Na sua opinião, o “ensino online pouco evoluiu desde que começou” e, por isso, defendeu “alguma inovação pedagógica”, uma “reformulação das metodologias de ensino” e “formação do corpo docente para este novo formato de aulas”.

Quanto à cerimónia de Queima das Fitas, a presidente da AAUTAD frisou que esta vai decorrer em moldes diferentes, devendo realizar-se no final do ano lectivo, provavelmente em mais do que um dia como era habitual.

Esta quarta-feira foi também apresentado o projecto para a nova sede da AAUTAD e celebrado o contrato de comodato, estabelecido com a UTAD. A sede vai ficar instalada num edifício que vai ser remodelado, no centro da universidade e vai incluir uma loja académica, uma sala de estudos, um café, gabinetes da direcção e espaço para os núcleos e secções, que se encontram dispersos pelo campus.

Foi ainda inaugurada a Galeria Alumni na UTAD, onde vão ser plantadas árvores que vão representar a passagem de diferentes gerações de alunos. Maria Ferreira e o anterior presidente da AAUTAD José Pinheiro plantaram um pinheiro manso.

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