Procura de férias em Portugal por britânicos aumentou 600% após anúncio de Johnson

Transportadoras aéreas easyJet e Jet2.com registaram um aumento de 600% na procura de pacotes de férias em países como Espanha, Portugal e Grécia.

Foto
Rui Gaudêncio

Portugal foi um dos destinos turísticos mais procurados pelos britânicos nas últimas horas, após o anúncio do Governo para aliviar o confinamento em vigor em Inglaterra devido à covid-19, apesar de os voos com o Reino Unido continuarem interditos.

As transportadoras aéreas easyJet e Jet2.com anunciaram ambas terem registado um aumento de 600% na procura de pacotes de férias em países como Espanha, Portugal e Grécia, apesar de o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não ter avançado uma data para que deixe de ser proibido viajar para o estrangeiro sem justificação válida.

No plano publicado está escrito que a proibição de viagens ao estrangeiro e restrições na entrada no Reino Unido vão continuar, pelo menos, até 17 de Maio, mas Johnson espera receber um relatório até 12 de Abril com medidas para permitir o reinício do tráfego aéreo.

Uma via pode ser um sistema internacionalmente reconhecido de passaportes de vacinas anticovid-19, que o Reino Unido pretende fazer avançar durante a presidência este ano do G7, embora o primeiro-ministro britânico tenha reconhecido que a ideia levanta questões éticas “complexas”.

“Existem questões profundas e complexas que precisamos de explorar, questões éticas sobre qual é o papel do Governo em exigir que todas as pessoas tenham algo ou mesmo proibir as pessoas de fazerem tal coisa”, admitiu esta terça-feira.

No plano, o Governo admite “tentar introduzir um sistema que permita a indivíduos vacinados viajarem internacionalmente com maior liberdade”, mas também refere que “qualquer sistema desse tipo levará tempo a ser implementado” e que vai depender dos estudos sobre a eficácia das vacinas e a imunização ser generalizada.

Além de ser proibido fazer férias ou viajar sem um motivo válido para o estrangeiro, 33 países, incluindo Portugal, estão sem voos directos para o Reino Unido devido ao risco agravado de transmissão de variantes do vírus que causa a covid-19, especialmente aquelas detectadas no Brasil e África do Sul.

Existem ainda uma série de outras restrições a viagens internacionais, incluindo três testes e quarentena obrigatória de dez dias, a qual tem de ser cumprida num hotel designado pelas autoridades e custeado pelas pessoas que cheguem dos 33 países da “lista vermelha”.

O plano de desconfinamento para Inglaterra tem quatro etapas com pelo menos cinco semanas de intervalo e sujeitas a vários factores, começando com a reabertura das escolas a 8 de Março e culminando no fim de quase todas as restrições a 21 de Junho.

O Reino Unido registou nas terça-feira mais 548 mortes, totalizando 121.305 óbitos desde o início da pandemia de covid-19, o balanço mais alto na Europa e o quinto a nível mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.

Sugerir correcção
Ler 25 comentários