Supremo Tribunal dos EUA permite que as declarações fiscais de Trump sejam investigadas

A decisão foi divulgada esta segunda-feira, meses depois de os advogados do ex-Presidente terem apresentado o pedido para manter confidenciais as declarações fiscais de Trump. “O trabalho continua”, diz o procurador que investiga Trump.

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O ex-Presidente tem vários processos judiciais em curso. Washington CARLOS BARRIA/Reuters

O Supremo Tribunal dos EUA informou, esta segunda-feira, que rejeitou o pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Donald Trump que pretendia impedir um tribunal de Nova Iorque de investigar as suas declarações fiscais.

A decisão foi publicada sem comentários nem declaração de votos vencidos, e veio como resposta à petição dos advogados de Trump apresentada em Outubro, depois de esta ter passado por várias reviravoltas nos tribunais inferiores.

“O trabalho continua”, afirmou o procurador de Manhattan encarregado da investigação, Cyrus Vance Jr., depois de a notícia da decisão ter sido divulgada.

Trump tem diversos processos judiciais a decorrer, mas um dos mais importantes é a investigação em curso pelo estado de Nova Iorque sobre os negócios do magnata norte-americano e a possibilidade de Trump ter cometido fraude antes da sua chegada ao poder em 2016.

Mais especificamente, a procuradoria de Nova Iorque está a examinar possíveis crimes de falsificação de registos, fraude fiscal ou fraude de seguros da Organização Trump, o grupo empresarial fundado pelo ex-chefe de Estado. Foi por isso que Cyrus Vance solicitou o acesso aos registos contabilísticos da empresa Mazars USA e às declarações fiscais de Trump dos últimos oito anos.

Foi também em Nova Iorque que o antigo advogado de Trump, Michael Cohen, se declarou culpado de violar as leis financeiras das campanhas eleitorais, aceitando as acusações de fraude bancária e fraude fiscal, reconhecendo que pagou 130 mil dólares à actriz pornográfica Stormy Daniels para esta não revelar publicamente um caso que envolvia Trump.

Trump é acusado de conspiração, sendo que nos documentos é identificado como “indivíduo 1”, sendo esse um “candidato à Presidência bem-sucedido”. Sabe-se que também foram feitos pagamentos a uma segunda mulher em troca do seu silêncio acerca das suas relações com Trump.

Além destes processos, a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, está a investigar quatro projectos imobiliários da Organização Trump, bem como a sua tentativa falhada de comprar a equipa de futebol americano Buffalo Bills. Neste caso, os processos são civis, e não criminais, embora possam transformar-se em crimes se surgirem indícios para tal.

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