Eleger autarcas é “mais importante” do que o número de deputados, diz Rui Rio

Em 2017, o PSD teve o seu pior resultado autárquico, resultante na demissão do então líder Pedro Passos Coelho.

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Rui Rio falou sobre as autárquicas LUSA/JOSÉ COELHO

O presidente do PSD considerou na quarta-feira que as eleições autárquicas de Outono são “absolutamente essenciais”, e defendeu que “mais importante do que o número de deputados” é o número de autarcas que o partido conseguir eleger.

Rui Rio reiterou que as autárquicas são “eleições absolutamente essenciais” e justificou que, tendo o PSD tido “resultados muito maus em 2013 e 2017”, se este ano repetir “um resultado negativo”, vai começar “a perder gravemente a implantação” no país.

“Mais importante do que o número de deputados que se elegem, é o número de dirigentes de junta de freguesia, membros de assembleia municipal e membros de câmaras municipais, vereadores e presidentes de câmara”, defendeu, argumentando que “quanto mais pessoas o PSD tiver eleitas no terreno a fazer política, política local, mais forte é”.

“Pode depois ganhar mais alguns deputados ou perder alguns deputados, o PSD está garantido porque está no território”, explicou, sublinhando que, “quando perde nas autarquias, como perdeu em 2013 e 2017, e já em 2009 tinha perdido um bocadinho, pouco, obviamente que o assunto é sério”.

O líder social-democrata intervinha na quarta-feira à noite no encerramento da primeira de uma série de conferências de formação autárquica organizadas pelo partido, pelo Instituto Francisco Sá Carneiro (IFSC), os Autarcas Social-Democratas (ASD) e pela Associação Konrad Adenauer Stiftung e difundidas nas redes.

No encerramento da sessão, dedicada ao distrito de Beja e que decorreu através de videoconferência, Rui Rio garantiu que está “fortemente empenhado” nas eleições autárquicas, e assumiu as “responsabilidades de ter um resultado bom e positivo para o PSD”, o que passa por aumentar a “implantação no território” nacional.

“Para isso, é importante a vocação de cada um, o empenho de cada um, mas também é importante ter alguma formação” no sentido de “dominar melhor as matérias, saber organizar-se mentalmente melhor e argumentar melhor junto dos adversários”, apontou o presidente do PSD, que salientou que “é a primeira vez na história do partido que um presidente que tem uma marca forte autárquica” gere umas eleições autárquicas.

Em 2017, o PSD teve o seu pior resultado autárquico (e que levou à demissão do então presidente Pedro Passos Coelho): os sociais-democratas perderam oito câmaras em relação a 2013 e viram o PS reforçar a liderança autárquica, que passou a liderar 161 câmaras por todo o país (mais 11 que em 2013), 159 sozinho e duas em coligação.

Os sociais-democratas conseguiram há quatro anos 98 presidências de municípios (79 sozinhos e 19 em coligação), embora sem grandes variações em termos de votos e percentagens em relação a 2013, tendo somado, sozinho, 16,08% dos votos (em 2013 foram 16,70%).

No final de Janeiro, os presidentes do PSD e do CDS-PP anunciaram que irão assinar até meio de Fevereiro um acordo-quadro para as autárquicas que exclui a possibilidade de coligações com o Chega.

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