Capitão Tom Moore foi vítima de cyberbullying semanas antes de morrer

Hannah Ingram-Moore disse à BBC que as mensagens online foram mantidas em segredo, dizendo que o abuso de “uma vil minoria” teria partido o coração ao seu pai.

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Reuters/POOL

O capitão britânico Tom Moore, veterano da Segunda Guerra que arrecadou milhões de libras para os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (NHS, a sigla inglesa), foi vítima de cyberbullying nas semanas antes de morrer, revelou a filha nesta quarta-feira. Tom Moore morreu no passado dia 2. Hannah Ingram-Moore disse à BBC que as mensagens online foram mantidas em segredo, dizendo que o abuso de “uma vil minoria” ter-lhe-ia partido o coração.

Moore tornou-se num herói na Grã-Bretanha por caminhar no seu jardim com a ajuda de um andarilho com o objectivo de angariar fundos para o NHS até ao dia do seu centésimo aniversário. Aquilo que começou por ser uma brincadeira — a intenção era conseguir fazer cem voltas e conquistar mil libras — tornou-se num tema sério já que conseguiu arrecadar 32,7 milhões (cerca de 37 milhões de euros).

Embora tenha recebido dezenas de milhares de mensagens de apoio, houve algumas que gozaram com ele. A filha Hannah Ingram-Moore classifica essas mensagens como “horríveis” e conta que não as partilhou com o pai. “Doeu muito e é realmente difícil lidar [com a questão], mas nós lidamos com isso e eles não vão vencer, eles nunca vão tornar esta coisa incrível [que o meu pai fez como] negativa.”

Com um raciocínio rápido, Moore trouxe uma mensagem simples de esperança e auto-sacrifício. O capitão, que foi armado cavaleiro pela rainha, morreu após teste positivo para a covid-19. A sua morte foi lamentada por Isabel II, o primeiro-ministro Boris Johnson, o Parlamento britânico e pelo presidente norte-americano Joe Biden.

Os pedidos para que as empresas das redes sociais bloqueiem os utilizadores que enviam mensagens abusivas aumentaram nas últimas semanas, depois que vários jogadores de futebol britânico terem sido alvo de abusos racistas.

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