Fundão lança bolsas para ajudar profissionais da cultura afectados pela pandemia

A Câmara do Fundão prevê atribuir 20 bolsas no valor mensal de 438,81 euros para profissionais da cultura. Em contrapartida, vai desafiá-los a indicar um contributo que possam dar à comunidade no âmbito da sua actividade. Candidaturas abrem a 19 e terminam a 26 de Fevereiro.

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Alice Dietrich/Unsplash

A Câmara do Fundão vai lançar um programa com a atribuição de bolsas e cedência de casas durante seis meses para os profissionais da cultura afectados pela pandemia, foi esta terça-feira anunciado pelo município do distrito de Castelo Branco.

Com a denominação “Ajud"arte”, o programa destina-se quer a artistas e criadores, quer a técnicos e outros profissionais do sector, sem outra actividade profissional e que tenham residência ou que estejam ligados ao concelho, designadamente por aí terem realizado o respectivo percurso educativo ou artístico.

“Queremos dar uma resposta à emergência social que se vive em particular neste sector, que é tão relevante e que tem ajudado tanto o nosso território, e em concreto o nosso concelho, a afirmar-se”, afirmou o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, na apresentação do programa.

O autarca destacou as “dificuldades tremendas” que os profissionais da cultura atravessam por estarem, há meses, sem qualquer trabalho e frisou o “sentido de responsabilidade e solidariedade” presente nesta iniciativa. Segundo explicou, está prevista a atribuição de 20 bolsas no valor mensal de 438,81 euros, referente a um Indexante dos Apoios Sociais (IAS), o que implicará um investimento global superior a 52 mil euros, só na nesta componente.

Em contrapartida, a autarquia vai desafiar os profissionais abrangidos a indicarem um contributo que possam dar à comunidade no âmbito da sua actividade, como por exemplo a realização de um micro concerto online, de uma formação ou uma palestra. “Não estamos à espera que se desenvolva um projecto extremamente estruturado, mas sim um contributo para devolver algo à sociedade”, especificou.

O programa inclui ainda a possibilidade de os profissionais acederem à bolsa de casas da autarquia, sem pagar renda durante seis meses.

Além do apoio de emergência, esta medida está interligada com a estratégia mais ampla de fixar e atrair talento e a autarquia espera que possa afirmar-se como um incentivo para que alguns dos beneficiários possam regressar ao território.

“É um programa de resposta de emergência, como tal, parece-me muito adequado que o nosso grupo alvo tenha de ser o dos filhos desta terra, ou daqueles que têm o seu processo formativo e criativo vinculado ao Fundão. No entanto, ao colocarmos a questão da habitação não só respondemos na emergência, mas também estamos a semear a possibilidade de alguns destes profissionais poderem equacionar uma mudança mais estruturada das suas vidas”, disse Paulo Fernandes.

As candidaturas podem ser realizadas entre os dias 19 e 26 de Fevereiro, através de um formulário que vai estar disponível no site da câmara a partir do primeiro dia das candidaturas. 

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