Este samba está armado até aos dentes

Samba de Guerrilha, o quarto disco a solo do brasileiro Luca Argel (e o primeiro de covers), é um álbum conceptual em que o músico radicado no Porto traça a história política do samba, lembrando os “protagonistas esquecidos” da luta contra a escravatura e a ditadura militar e homenageando os intérpretes que tentaram fazer frente ao racismo estrutural do país. Tudo para descobrir que, afinal de contas, a história do samba é a história do Brasil.

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Krystallenia Batziou

Luca Argel está a tentar lembrar-se da letra do tema Dia de Graça, um dos mais emblemáticos do sambista brasileiro Candeia (1935-1978). “É uma música sobre o Carnaval: está a chegar o grande dia e a favela está a preparar as comemorações. Vai ser uma festa muito linda, muito deslumbrante”, diz ao Ípsilon o cantautor nascido no Rio de Janeiro em 1988, que criou raízes no Porto há quase uma década. “Mas há um momento algures em que ele começa a soltar umas farpas”, continua. “Começa a dizer algo do género: ‘É, isto é tudo muito bonito, mas é só no Carnaval. Por que é que não é assim todos os dias? Por que é que não sentimos essa dignidade todos os dias? Por que é que não podemos usufruir da cidade todos os dias?’”

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