Shame: banda-sonora para tempos de isolamento e inquietação

Drunk Tank Pink é resultado de uma banda a regressar a casa depois de vários anos em digressão. Uma banda a confrontar-se consigo mesma, com os seus demónios e frustrações. Rock neurose, punk catarse, introspecção febril. Um grande álbum.

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Sam Gregg

Estávamos no início de 2018. Tinham acabado de editar o álbum de estreia, Songs of Praise, e começava a formar-se um consenso de aclamação entre público e crítica. Numa entrevista, questionaram-nos sobre o estilo de vida rock’n’roll, ou melhor sobre a mitologia da estrela rock, fábrica de sonhos onde cabem todos os excessos e todo o hedonismo. Eles, os então questionados, são os Shame, banda britânica de uma nova vaga, filha da crise económica, da depressão financeira e dos subsequentes tumultos e desesperanças sociais, que respondeu à realidade com um forte sentido de independência e comunidade, uma irreprimível vontade de agir e comentar directamente o presente e uma crua vitalidade sonora — alinham-se nessa vaga bandas com idades, sonoridades e contextos diversos, como os Idles, os Fontaines D.C. ou os Sleaford Mods, e bandas nascidas do mesmo caldo cultural em Brixton, sul de Londres, como os Fat White Family, os Black Midi ou as Goat Girl.

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