PSP alerta para possível aumento do cyberbullying no contexto das aulas à distância

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PAULO PIMENTA

A PSP alerta pais, educadores, professores e alunos para um possível aumento do cyberbullying no actual contexto da escola online, sublinhando que este comportamento deve continuar a ser reportado às equipas da Escola Segura.

Em comunicado, a PSP acrescenta estar disponível para continuar a realizar acções de sensibilização e a acorrer aos pedidos de intervenção, adaptadas às especificidades da situação de combate à pandemia de covid-19, nomeadamente recorrendo aos canais digitais e em coordenação com as escolas. Nesse sentido, devem ser contactadas localmente as equipas do Programa Escola Segura ou estabelecido o contacto pelo escolasegura@psp.pt.

Na nota, a PSP lembra que no presente ano lectivo, é responsável pela segurança de 3000 estabelecimentos escolares, frequentados por cerca de um milhão de alunos. “A continuação do ano lectivo, agora no formato online, tem o potencial de fazer crescer o cyberbullying enquanto epifenómeno do bullying que, por meio das tecnologias de informação (redes sociais, plataformas de mensagens, jogos ou mensagens de texto), consubstancia os mesmos crimes de agressão, ameaça, injúria, difamação, perseguição ou devassa da vida privada”, é sublinhado.

A PSP lembra que o cyberbullying constitui-se como um “comportamento (repreensível e que constitui crime) que visa uma ou um grupo de vítimas específicas, praticado de forma intencional, desigual e continuada no tempo, causando receio ou vergonha perante o grupo. Este comportamento é observável na atitude de insultar, intimidar, humilhar, ofender, perseguir, ameaçar, assediar ou excluir”.

Nos últimos dois anos lectivos (2018/2019 e 2019/2020) a PSP, por intermédio do programa Escola Segura, realizou 156.636 iniciativas em contexto escolar, das quais 2710 foram dedicadas à temática do cyberbullying, abrangendo cerca de 65.000 alunos.

A PSP destaca que ao longo dos últimos dez anos tem-se registado uma diminuição do total de ocorrências enquadráveis como bullying reportadas em cada ano lectivo. Registou igualmente uma diminuição do peso relativo das ofensas corporais e um aumento da frequência das injúrias e ameaças, estas frequentemente dirigidas como cyberbullying. Estas últimas, que representavam no ano letivo 2013/2014, 29% das ocorrências, chegam aos 40% do total de ocorrências no último ano.

“O crescimento do peso relativo de injúrias e ameaças evidencia que o conflito está a ser detectado e participado numa fase precoce da sua escalada, razão pela qual o número de agressões tem vindo a diminuir”, refere a PSP.

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