Infraestruturas de Portugal avança com obras em 17 estações da linha de Cascais

Segurança, acessibilidade e conforto são as palavras-chave de uma empreitada de renovação dos edifícios e que inclui um novo parque de estacionamento em Paço de Arcos.

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Filipa Fernandez

A Infraestruturas de Portugal (IP) lançou o último dos concursos públicos com que, até 2023, pretende modernizar a linha de Cascais. Depois de estarem já em fase de concurso os projectos para mudar a linha férrea e a catenária, e os sistemas de sinalização e de telecomunicações, chegou a vez das estações, cuja remodelação está orçada em 12 milhões de euros. No total, a modernização da linha de Cascais deverá custar 75,6 milhões de euros.

A empresa vai criar mais rampas de acesso, remodelar as plataformas, alterar a sinalética, melhorar abrigos e coberturas para os passageiros e renovar os edifícios das estações. O objectivo é dotar toda a linha entre o Cais do Sodré e Cascais com condições de segurança, acessibilidade e conforto.

Nas estações de Santos, Belém e Monte Estoril vão ser criadas passagens desniveladas para que os passageiros deixem de atravessar a linha pelo canal ferroviário, sendo também criadas melhores condições de acesso para pessoas com mobilidade reduzida.

A IP quer também acabar com a última passagem de nível existente neste linha. Em S. João do Estoril o actual atravessamento rodoviário sobre a via férrea passará a ser feito por um túnel sob a linha e sob a marginal. Uma obra que não está contemplada neste pacote e que deverá ir a concurso por 3 milhões de euros.

Em Paço de Arcos está prevista a construção de um parque de estacionamento.

Segundo fonte oficial da empresa, o lançamento das empreitadas para estas obras deverá ocorrer no segundo semestre de 2022 por forma a ficar tudo concluído até 2023.

Os próximos dois anos vão ser críticos em termos de obras porque vão coexistir várias empreitadas que nem sempre são óbvias nos ganhos que vão proporcionar aos utilizadores desta linha. Uma delas é a instalação de novos sistemas de sinalização e telecomunicações, a par da mudança de catenária que vai permitir migrar da actual tensão em 1500 volts em corrente contínua para os 25 mil volts em corrente alternada, que é a comum no resto da rede ferroviária portuguesa.

Esta alteração rompe com o isolamento da linha de Cascais pois vai permitir que os outros comboios da CP aqui possam circular, nomeadamente os novos que a empresa espera comprar para o serviço suburbano. No entanto, durante uma fase transitória, terão de coexistir os velhos e os novos comboios, sendo que estes últimos terão de estar equipados com bi-tensão para circularem nos 1500 volts. Só quando toda a nova frota estiver em operação nesta linha e o último dos velhos comboios for retirado, é que a tensão passará para os 25 mil volts.

Para isso terá de ser construída uma subestação eléctrica em Sete Rios, que alimentará a linha de Cascais através de um feeder (cabo de alta tensão) que será instalado até Alcântara.

A Infraestruturas de Portugal estima que a CP possa vir a poupar 1,5 milhões de euros por ano em energia eléctrica. Por dois motivos: a corrente alternada tem um custo inferior à corrente contínua e porque os novos comboios, durante as frenagens, libertam energia eléctrica que é devolvida à catenária.

Esta é uma das razões pelas quais os 50 milhões de euros de financiamento comunitário deste projecto (orçado em 75,6 milhões de euros) provêm do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência do Uso dos Recursos.

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