Inglaterra começou operação de testes porta-a-porta para combater disseminação de nova variante

Medida destinada a 80 mil pessoas em oito regiões do Norte, Centro e Sul do país. Dos 105 casos de pessoas infectadas com a variante sul-africana, onze não viajaram.

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Equipas levam kits de teste porta-a-porta em Woking, zona metropolitana de Londres HANNAH MCKAY/Reuters

Bombeiros, polícia e representantes das autoridades locais começaram esta terça-feira uma operação de testagem porta-a-porta em oito zonas de Inglaterra, onde vivem no total cerca de 80 mil pessoas. A ideia é testar todos os habitantes, mesmo que assintomáticos, destes locais, para quebrar cadeias de transmissão das novas variantes do vírus que provoca a covid-19.

A variante que preocupa os britânicos neste momento é a que foi identificada na África do Sul: a Public Health England (equivalente à Direcção-Geral da Saúde em Inglaterra) tem registo de 105 novos casos desta variante e destes onze são de pessoas que não viajaram, indicando que essa variante do vírus já circula na comunidade.

“Queremos encontrar todos os casos”, disse o ministro da Saúde, Matt Hancock, acrescentando que é preciso “atacar com dureza” a nova variante, pedindo a todos os maiores de 16 anos na região que façam o teste quer tenham sintomas quer não.

Os testes são deixados em casa, e depois recolhidos pela mesma equipa. Também há unidades móveis para quem não consiga fazer o teste em casa em locais centrais.

Três das zonas são em Londres, duas no Sudeste, uma no Centro, outra no Leste e outra Noroeste. O número de novas infecções no país está a estabilizar depois de um aumento de infecções no final do ano passado, para o que contribuiu uma variante, que é de transmissão mais fácil, identificada em Kent (Sudeste). A variante identificada na África do Sul será também mais transmissível, e cientistas temem que as vacinas a ser dadas actualmente possam ser menos eficazes contra ela.

O diário britânico The Times noticiava entretanto que o conselho SAGE (sigla de Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências) tinha dito claramente ao Governo que nenhuma intervenção com excepção do encerramento total das fronteiras (com quarentena obrigatória de todas as pessoas que entrassem) poderia impedir a importação de novas variantes.

Na semana passada, apesar deste conselho, o primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou que seria imposta em breve quarentena obrigatória para 30 países de “alto risco” devido à presença das novas variantes. O programa de quarentenas em hotel (como há na Austrália, por exemplo) deverá ser ultimado no final desta semana ou na próxima, diz o Governo.

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