Marilyn Manson: “As minhas relações íntimas têm sido sempre inteiramente consensuais”

Acusado de abusos sexuais, nomeadamente pela ex-companheira, a actriz Evan Rachel Wood, o artista viu o seu nome apagado da editora Loma Vista Recordings.

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Marilyn Manson no Festival Super Bock Super Rock, em 2005 MARILYN MARQUES

“Horríveis distorções da realidade.” Foi assim que Brian Warner, músico conhecido como Marilyn Manson, classificou as acusações que lhe foram feitas, segunda-feira à noite, por várias mulheres, nomeadamente pela ex-namorada Evan Rachel Wood.

“Obviamente, a minha arte e a minha vida há muito atraem controvérsia, mas estas recentes alegações sobre mim são horríveis distorções da realidade”, escreveu o cantor na sua conta de Instagram, numa publicação em que limitou a possibilidade de comentários, acrescentando que “as relações íntimas têm sido sempre inteiramente consensuais com parceiros com as mesmas convicções”.

A declaração de Marilyn Manson surge depois de ter sido acusado de violação e assédio sexual por várias mulheres. No caso da actriz norte-americana Evan Rachel Wood, a mesma escreveu que houve “abusos horríveis durante anos”. A actriz, conhecida pela participação na série Westworld, teve um relacionamento com Marilyn Manson que acabou em 2010, já com o noivado anunciado. Em 2018, durante uma audiência perante o Comité de Assuntos Judiciais da Câmara dos Representantes, Evan Rachel Wood referiu que tinha sido vítima de abusos físicos e psicológicos, afirmando ter sido violada várias vezes. No entanto, na altura, a identidade do seu agressor não foi revelada.

Agora, a actriz mostrou-se “farta de viver com medo de retaliação, calúnia ou chantagem”. “Estou aqui para expor este homem perigoso e chamar a atenção para as muitas indústrias que o suportaram, antes que ele arruíne mais vidas.”

Além da Evan Rachel Wood, quatro outras mulheres publicaram relatos de abusos em que identificam Manson como o agressor: “A primeira coisa que ele me disse foi que ele me ia morder”, recorda uma das mulheres, explicando que a razão pela qual está a partilhar a “experiência traumática” é por “não acreditar que seja justo que alguém não seja responsabilizado pelas suas acções horríveis”.

Depois das acusações, o cantor de rock Marilyn Manson foi descartado pela sua editora discográfica, a Loma Vista Recordings, que, numa declaração reproduzida pela Reuters, explicou que à luz das “alegações perturbadoras” de Wood e outras mulheres, a empresa “deixará de promover o seu actual álbum com efeito imediato”. “Devido a estes desenvolvimentos, decidimos também não trabalhar com Marilyn Manson em quaisquer projectos futuros”, acrescentou a Loma Vista.

Manson lançou três álbuns através da Loma Vista Recordings desde 2015, incluindo o We Are Chaos do ano passado. A sua página oficial, entretanto, desapareceu do site da editora algumas horas após a declaração de Wood.

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