Preços de habitação estão a desacelerar, mas não da mesma forma em todo o país

Dados relativos ao terceiro trimestre de 2020 mostram que Lisboa foi o único município a registar uma contracção homóloga dos preços da habitação.

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Rui Gaudencio

As estatísticas locais de habitação que o Instituto Nacional de Estatística (INE) acaba de publicar, relativas ao terceiro trimestre de 2020, voltam a revelar um país muito desigual no que diz respeito ao comportamento dos preços da habitação. Há uma tendência de desaceleração a nível nacional (de 1,8 pontos percentuais), mas houve nove sub-regiões que registaram um aumento de preços face ao trimestre anterior. 

De acordo com o INE, no terceiro trimestre de 2020 o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi de 1168 euros/metro quadrado (m2). Este valor representa uma redução face ao segundo trimestre (-1,6%), mas um aumento relativamente ao terceiro trimestre de 2019 (+7,6%). A evolução da taxa de variação homóloga entre o segundo e terceiro trimestre de 2020 (de 9,4% para 7,6%) evidencia a desaceleração do ritmo de crescimento dos preços da habitação, tal como no trimestre anterior. 

Muito acima da média encontrada a nível nacional continuam as sub-regiões do Algarve (1806 euros/m2), Área Metropolitana de Lisboa (1650 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (1332 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (1264 euros/m2). As taxas de variação homóloga registadas nestas sub-regiões também estão muito acima das encontradas a nível nacional:  +7,7% (Algarve), +12,2% (AML), +10,6% (Madeira) e +13,7% (AMP) 

Por outro lado, o INE analisa de forma mais detalhada os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes para detectar que os municípios onde houve maior desaceleração de preços (entre trimestres). E esses foram Amadora (-9,3 p.p.), Cascais (-8,9 p.p.) e Lisboa (-8,1 p.p.). Lisboa foi, aliás, o único dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes com contracção homóloga dos preços da habitação (-1,8%).

No sentido inverso, Almada (+12,5 p.p.), Porto e Funchal (ambos com +10,5 p.p.) registaram os maiores ritmos de crescimento dos preços entre o segundo e terceiro trimestres de 2020.

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