Bruno Navarro (1977-2021): morreu o presidente da Fundação Côa Parque

Nascido em 1977, tinha assumido a presidência da fundação que gere o Museu e o Parque do Côa em Junho de 2017. Morreu este sábado, em Lisboa, de doença súbita.

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O historiador Bruno Navarro Nelson Garrido

O presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, morreu este sábado em Lisboa, de doença súbita. Historiador, e investigador e docente em várias universidades, nasceu em 1977, em Coimbra, mas viveu na freguesia de Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, até terminar os estudos liceais.

Quando assumiu a presidência da Fundação Côa Parque, em Junho de 2017, por nomeação do então ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes, Bruno Navarro era deputado municipal pelo PS em Vila Nova de Foz Côa, após ter sido adjunto do ex-presidente socialista da câmara local, Emílio Mesquita.

Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde fez também um mestrado em História Contemporânea – a sua tese sobre o governo do general Pimenta de Castro durante a I República foi publicada em livro pelo Parlamento e recebeu vários prémios –, Bruno Navarro doutorou-se depois na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, com uma tese sobre o contributo da engenharia portuguesa para a projecção do império colonial nas primeiras décadas do século XX.

Investigador no Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia da Universidade Nova e no Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, era também professor convidado no Instituto Superior de Ciências Educativas.

A sua nomeação para a presidência da Fundação Côa Parque provocou alguma controvérsia na época, sobretudo entre os arqueólogos, que contestavam a escolha de um especialista em História Contemporânea, sem currículo académico ou experiência nas áreas do património ou da arqueologia.

Bruno Navarro assumiu o cargo em Junho de 2017, poucos meses após a vandalização, em finais de Abril desse ano, da gravura do Homem de Piscos, cujos responsáveis foram agora ilibados em tribunal há pouco mais de uma semana, uma decisão que lamentou, anunciando que a Fundação Côa Parque tinha a intenção de recorrer.

Numa das iniciativas recentes da sua presidência com maior visibilidade pública, Bruno Navarro conseguiu levar a Foz Côa, em Julho passado, em plena pandemia de covid-19, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, prestando homenagem, por ocasião do décimo aniversário da criação do Museu do Côa, ao ex-primeiro ministro português que, em Janeiro de 1996, tomou a decisão política de sacrificar a barragem da EDP à salvaguarda das gravuras rupestres paleolíticas.

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