Doentes nas ambulâncias à porta do Santa Maria vão ser pré-triados pelo INEM

Decisão de avançar para selecção prévia antes da triagem pelos enfermeiros foi tomada depois de se concluir que “85% das situações não têm critérios de gravidade”, justificou o administrador do Hospital de Santa Maria.

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LUSA/MARIO CRUZ

Os doentes que cheguem em ambulâncias ao Hospital de Santa Maria, o maior de Lisboa e onde esta quinta-feira à tarde se acumulavam à porta do serviço de urgência quatro dezenas de ambulâncias, vão começar a ser pré-triados por equipas do INEM e da Protecção Civil e os casos que não forem considerados urgentes serão encaminhados para os centros de saúde de Sete Rios e de Odivelas, anunciou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (que inclui o Santa Maria e o Pulido Valente), Daniel Ferro.

“Quando não se tem sintomas ou sintomas ligeiros [de doença] não se deve ir ao hospital, mas sim apenas quando se tem sintomas com alguma intensidade ou gravidade”, afirmou Daniel Ferro, em jeito de apelo. A decisão de avançar para esta pré-triagem foi tomada depois de num “estudo feito há dois dias” se ter percebido que “85% das situações não têm critérios de gravidade”, justificou.

“Muitas ambulâncias não estão a ser utilizadas como ambulância, mas sim como transporte”, lamentou o administrador que falava aos jornalistas esta quinta-feira à noite à porta do  CHULN, onde nos últimos dias alguns doentes têm esperado longas horas dentro das ambulâncias para serem triados por enfermeiros e avaliados por médicos.

Nos últimos dias, têm-se repetido as imagens das filas de ambulância à porta da urgência do Santa Maria e já foi anunciado que o serviço vai ser ampliado de 33 para 51 postos de atendimento em simultâneo, operação que estará concluída no próximo fim-de-semana. Na quarta-feira, o CHULN já tinha sublinhado, em comunicado, que apenas uma pequena percentagem destes pacientes são casos urgentes.

“Quase metade dos utentes são transportados de ambulância, mas destes só 15% apresentam situações que justificam o recurso a uma urgência hospitalar. Os restantes 85% são triados com prioridade verde ou azul, representando uma sobrecarga evitável, na medida em que o local de atendimento previsto para estas situações são os centros de saúde, que dispõem de um atendimento específico para estes doentes”, enfatizou o CHLN.

Por isso pediu à população que apenas recorra ao transporte de ambulância em “situações justificadas”. Para os outros casos, a opção deverá ser a ida ao centro de saúde nas “situações de ausência ou sintomas ligeiros”, libertando espaço para o tratamento dos doentes mais graves e aliviando a sobrecarga sentida pela unidade hospitalar.

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