Aulas passam a online a 8 de Fevereiro

As escolas vão continuar fechadas até 5 de Fevereiro e o regresso das actividades lectivas será feito à distância. Alunos vão ter aulas no Carnaval, na Páscoa e no Verão.

As escolas vão continuar encerradas até ao próximo dia 5 de Fevereiro. As aulas recomeçam no próximo dia 8, mas em casa, à semelhança do que aconteceu no primeiro confinamento. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação e pela ministra do Estado e da Presidência, em conferência de imprensa, esta quinta-feira, após reunião do Conselho de Ministros para decidir novas medidas de combate à pandemia. Mariana Vieira da Silva confirmou ainda a suspensão de viagens para fora de Portugal nos próximos 15 dias. 

“A situação é muito grave. Nos últimos dias verifica-se um aumento de casos e óbitos”, justificou Vieira da Silva. 

"Estamos mais bem preparados”. Aulas no Carnaval, na Páscoa e no Verão

No dia 8 de Fevereiro, as aulas vão recomeçar, mas em casa.

O Governo vai “manter os apoios terapêuticos e as medidas adicionais aos alunos com necessidades especiais”, assim como as refeições para os alunos do escalão A e B. “Só ontem [quarta-feira] foram providenciadas 20 mil refeições pelas escolas”, adiantou o ministro.

Com o regresso da escola à distância, os alunos que têm como encarregados de educação os trabalhadores de serviços essenciais vão ter as escolas abertas, tal como acontece actualmente. "Em média, nestes dias tivemos dois mil estudantes nas escolas de acolhimento”, explicou Tiago Brandão Rodrigues. Em funcionamento continuarão também as equipas locais de intervenção precoce na infância e as comissões de protecção de crianças e jovens. 

Sobre a preparação do ensino à distância, o ministro diz que se tem trabalhado nesse sentido e recorreu ao exemplo da telescola, na RTP Memória, que deixou de ser apenas para os alunos do Ensino Básico e agora também está disponível para os alunos do Secundário. “Depois de termos dado mais de 100 mil computadores, de estarem mais 335 mil a caminho, de a sociedade civil se ter organizado estamos naturalmente mais bem preparados”, assegura o ministro. Ainda assim, Tiago Brandão Rodrigues reconhece problemas relacionados com a capacidade logística, que diz terem sido igualmente verificados noutros países europeus. 

Questionado sobre se as escolas que ao longo das semanas em que estiveram encerradas prestaram apoio aos alunos terão de compensar as aulas, o ministro garantiu que há um “calendário a cumprir”. “Esses dias terão que ser necessariamente compensados e muitas das escolas do ensino particular ou cooperativo costumam seguir o calendário das escolas públicas”, sublinhou. 

No Carnaval, Tiago Brandão Rodrigues confirmou que os três dias de interrupção lectiva (15, 16 e 17 de Fevereiro) serão de actividade escolar, não se sabendo ainda se serão presenciais ou à distância. No que toca às férias da Páscoa, o ministro disse que “pelo menos o dia 25 e 26 de Março serão de actividades lectivas”, sendo que será utilizada ainda mais uma semana no Verão

Creches vão continuar fechadas mais 15 dias

As creches, adiantou Mariana Vieira da Silva, vão continuar encerradas na próxima quinzena. No que toca aos exames e às provas de aferição, o ministro da Educação assumiu que ainda não há datas fechadas e que uma decisão final está dependente da evolução da pandemia

As medidas, explicou o governante, serão reavaliadas a cada 15 dias de forma a determinar se há a possibilidade de reabrir as aulas a alguns alunos.

Controlo de fronteiras

Já esta quinta-feira, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, tinha anunciado que o Governo iria adoptar medidas de limitação de deslocações para o exterior nos próximos 15 dias. As limitações aplicam-se à “via aérea, fluvial e terrestre de cidadãos nacionais na próxima quinzena”. Na quarta-feira, o Governo tinha também anunciado a suspensão dos voos de e para o Brasil. Em comunicado, o Ministério da Administração Interna revela que esta proibição acontecerá até ao dia 14 de Fevereiro e que a suspensão abrange todos os voos, comerciais ou privados, de todas as companhias aéreas. 

Portugal registou, na quarta-feira, mais 303 óbitos e 16.432 casos, um novo máximo de mortes desde o início da pandemia, informou a Direcção-Geral da Saúde (DGS) no mais recente boletim epidemiológico, divulgado esta quinta-feira. Com estes números, já se contabilizaram 685.383 casos de covid-19 desde o início da pandemia, sendo que o vírus contribuiu para a morte de 11.608 pessoas. 

A avaliação semanal do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) da pandemia da covid-19 em 30 países, divulgada esta quinta-feira, coloca Portugal no primeiro lugar na taxa de novos casos por cem mil habitantes e de óbitos por milhão de habitantes, no período de 14 dias equivalentes às segunda e terceira semanas deste ano. O salto negativo dado pelo país é muito significativo e reflecte a forma como a doença tem crescido exponencialmente desde o início do ano.

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