Toyota bate Volkswagen nas vendas e Tesla tem primeiro ano de lucros

Num ano em que todo o mercado caiu, com excepção da Tesla, o grupo nipónico regressou ao topo de vendas mundiais, após cinco anos de domínio germânico.

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O Toyota RAV4 foi o modelo mais vendido da marca que volta a liderar as vendas mundiais Andrew Cullen/Reuters (arquivo)

Cinco anos depois de ter cedido a liderança mundial à Volkswagen, a Toyota regressa ao primeiro lugar da tabela dos maiores fabricantes de carros do planeta. O fabricante nipónico tinha cedido o primeiro posto em 2016, mas recuperou essa posição em 2020, que foi um ano para esquecer para toda a indústria automóvel. 

Na União Europeia, as vendas caíram 23,7% face a 2019 (com Portugal a registar a terceira maior queda). Nos EUA a quebra foi de 15%. E no maior mercado do mundo, a China, houve um recuo de 6%.

No meio deste cenário, o grupo Toyota (que inclui as subsidiárias Lexus, Daihatsu e Hino) vendeu 9,53 milhões de carros, ao passo que o grupo alemão VW (que inclui marcas como Seat, Skoda, Audi ou Porsche, entre outras) anunciou, a 13 de Janeiro, vendas de 9,31 milhões de viaturas.

A maior exposição da VW ao mercado europeu, cuja quebra foi superior à dos EUA, onde a presença da Toyota é mais significativa e o mercado caiu menos, ajuda a explicar esta troca no ranking. VW era líder mundial desde 2015, de forma ininterrupta. 

Com uma quebra de 15,2%, os alemães registam o pior desempenho de uma década e ficam a cerca de 223 mil carros de distância da Toyota, cujas vendas também caíram no ano passado, mas menos: 10,5%, segundo o anúncio feito hoje.

O modelo mais vendido da Toyota em todo o mundo foi o RAV4, segundo o mesmo comunicado. Esta conta só considera as vendas do Corolla Sedan, que tem pouca expressão na Europa. Quando se junta as venda das versões hatchback e carrinha, o Corolla torna-se o modelo mais vendido da marca, superando mesmo o RAV4, que seria assim o segundo mais vendido da Toyota e o SUV mais vendido do mundo.

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Tesla contraria mercado com inédito lucro anual

Já a Tesla tem motivos para sorrir: pela primeira vez, a fabricante de carros eléctricos criada em 2003 completa um ano civil com resultados líquidos positivos. Em 2020, segundo contas anunciadas hoje, registou lucros de 721 milhões de dólares (594 milhões de euros) em 2020, depois de prejuízos de 862 milhões de dólares (711 milhões de euros) em 2019.

Num ano em que as vendas de toda a concorrência fizeram marcha atrás, a Tesla vendeu mais 36%, num total de 499.550 unidades. E, num ano inédito, acrescenta a esse crescimento comercial a rentabilidade do negócio, conforme as contas divulgadas na quarta-feira. Se não tivesse sido o ano do Grande Confinamento, a Tesla teria provavelmente conseguido chegar à meta de meio milhão de carros vendidos, mesmo com o encerramento temporário das fábricas que tem na Ásia e nos EUA.

Para tal, muito contribuíram as vendas crescentes na China e, em menor escala, na Europa, bem como o sucesso de vendas do Model Y nos EUA, onde se tornou o modelo mais vendido do fabricante. 

A fábrica de Xangai, aberta em 2019, foi fundamental e a venda de créditos de emissões a outras construtoras, rendeu 401 milhões de dólares (330 milhões de euros). É uma fatia cada vez mais pequena das receitas que, em 2020, ascenderam a 31,5 mil milhões de dólares (26 mil milhões de euros), provenientes sobretudo da venda de carros.

A empresa de Elon Musk estima um aumento de vendas de 50% em 2021, para 750 mil veículos. Espera iniciar no próximo Verão a produção de carros na nova fábrica em Berlim, capital da Alemanha.

Na Europa, o construtor norte-americano está a enfrentar cada vez mais concorrência de marcas como as gigantes VW, Daimler ou Renault, ou mesmo a Hyundai, que apostaram forte na venda de modelos electrificados.

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