Esquecemo-nos dos sonhos do mundo digital de Kid A e ficámos com os pesadelos

Tempos houve em que a obra-prima com que os Radiohead se aproximaram da música electrónica foi vista como “pretensiosa” e “alienadora”. No livro This Isn’t Happening, Steven Hyden conta a história de como a banda de Thom Yorke quase se desintegrou para se redescobrir e criar Kid A, ao mesmo tempo uma ansiosa distopia tecnológica e um disco interessado nas possibilidades transformativas de um mundo novo. Esse mundo ainda está ao nosso alcance?

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, Gie Knaeps/Getty Images

A história da obra-prima “difícil”, “digital” e supostamente “inacessível” começa em Novembro de 1997. O crítico Steven Hyden, que reconstrói o cenário para os leitores, chama-lhe “A Noite do Esgotamento Nervoso Fatídico do Thom Yorke” — ou “Esgotamentos”, melhor dizendo. Os Radiohead estão em Birmingham para um concerto da digressão de OK Computer, lançado em Maio. O disco tem sido recebido com grande entusiasmo tanto pela crítica — que outrora descrevera o grupo como uns Suede em saldos; engraçadas estas coisas que acontecem — como pelos fãs, mas “a expectativa é que será o próximo álbum aquele que verdadeiramente completará a transformação da banda nos novos U2, tal como o disco The Joshua Tree transformou os U2 jovens ‘nos’ U2”. “Nesta trajectória”, então, “o OK Computer é meramente o The Unforgettable Fire”.

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