António Horta Osório vai ser chairman da Bial

Cargo vai ser ocupado a partir de Abril e será acumulado com a posição de presidente do conselho de administração no Credit Suisse.

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Miguel Manso

O convite foi feito por Luís Portela, accionista maioritário da Bial e actual presidente do conselho de administração da farmacêutica. António Horta Osório foi o convidado, que aceitou ocupar aquele mesmo lugar a partir do próximo mês de Abril, altura em que deixará o cargo de presidente executivo do Banco Lloyds.

Horta Osório já tinha aceitado assumir a presidência do conselho de administração do Credit Suisse a partir de Maio, cargo que vai manter. Por isso a chegada a um conselho de administração de uma instituição portuguesa vai ser partilhada com a banca internacional. A presidência da comissão executiva da empresa farmacêutica continuará nas mãos de António Portela.

Citado num comunicado enviado pelo grupo Bial, Horta Osório diz ter recebido o convite com um enorme orgulho. “A Bial é uma das empresas portuguesas que mais admiro e, por isso, o convite que me foi dirigido pelo Luís Portela constitui um enorme orgulho. O Luís lançou a Bial no mundo, tornando-a numa empresa internacional de renome. Desejo que a minha experiência ajude a consolidar ainda mais esse caminho”, refere. Actualmente, cerca de 80% da facturação da empresa é feita nos mercados internacionais, tendo na Espanha e nos EUA os seus principais mercados. 

António Horta Osório tem uma longa carreira na banca, que começou em 1987 no Citibank, a que se seguiu a Goldman Sachs, em Nova Iorque e Londres. Em 1993, foi convidado por Emílio Botín para o Santander, onde criou o Banco Santander de Negócios Portugal, tendo liderado as operações do banco e Portugal, no Brasil e, posteriormente, no Reino Unido, onde chegou a ser vice-presidente executivo. Em 2010 foi nomeado presidente executivo do Lloyds, tendo aceitado lugares de administrador não executivo no Banco de Inglaterra, e em alguns grupos económicos, como a Exor (holding da família Agnelli) e a INPAR (holding da família Lemann), que mantém. 

Já Luís Portela, que assumiu a presidência do grupo nos últimos 42 anos, explica que o objectivo é preparar a Bial “para um novo patamar no contexto internacional”, e assume que a mudança estava a ser preparada há algum tempo e que visava, por escolha da família, “o reforço da estrutura profissional que desenvolvemos”. 

“Retiro-me com um enorme agradecimento à fantástica equipa que tive o privilégio e o prazer de capitanear e com a convicção de que, com o apoio de António Horta Osório, estão criadas condições para servirmos cada vez melhor a saúde de um cada vez maior número de pessoas”, refere Luís Portela. 

O gestor terá agora tempo para se dedicar à Fundação Bial, que vai continuar a presidir, aos seus livros e à família, retirando-se da vida profissional poucos meses antes de chegar aos 70 anos de idade. 

A Bial foi fundada em 1924 pelo avô de Luís Portela. Em 1979, tinha então Luís Portela 27 anos, comprou a maioria do capital e assumiu a presidência da empresa, que cresceu como farmacêutica internacional com a assinatura dos dois primeiros medicamentos de investigação portuguesa: um antiepilético e um antiparkinsoniano. A empresa está actualmente em cerca de 60 países e com filiais próprias nos principais mercados farmacêuticos europeus, caso de Espanha, Alemanha, Itália, Reino Unido e Suíça. Em 2020, a Bial constituiu uma filial nos Estados Unidos da América, a BIAL Biotech Investments Inc, resultante da aquisição da startup LTI (Lysosomal Therapeutics Inc.), um centro de excelência focado no desenvolvimento de terapias para mutações genéticas associadas à doença de Parkinson, em Cambridge, Boston.

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