Covid-19: governador de São Paulo acusa ministro da Saúde brasileiro de mentir sobre vacinas

O Brasil registou 551 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, aproximando-se este domingo das 210 mil, no dia em que o país aprovou duas vacinas para conter a doença.

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O governador de São Paulo, João Dória, defendeu este domingo que a vacina contra a covid-19 só está no Brasil “porque foi um investimento do governo do estado de São Paulo”, acusando o ministro da Saúde de mentir.

“A vacina do [instituto] Butantan só está em São Paulo e no Brasil porque foi investimento do governo do estado de São Paulo. Até agora não há um centavo do governo federal para a vacina, nem para o estudo, nem para a compra, nem para a pesquisa. Nada. Chega de mentira, ministro. Trabalhe pela saúde do seu povo, seja honesto”, afirmou João Dória, numa entrevista colectiva, citada pelo Globo.

O ministro da Saúde brasileiro afirmou no domingo que, após a aprovação do uso de emergência de duas vacinas no país, arrancará na quarta-feira a “maior campanha de imunização” contra a covid-19 no mundo.

Porém, o governador de São Paulo antecipou-a e, num acto simbólico e também controverso, uma enfermeira da rede de saúde pública foi inoculada com a primeira dose da vacina Coronavac, tornando-se a primeira cidadã brasileira a ser imunizada contra o SARS-CoV-2 no país.

Segundo o ministro, o governo de São Paulo cometeu um acto ilegal porque se apropriou de uma vacina pertencente ao governo federal para ser utilizada com fins eleitorais, e terá de responder por isto na justiça.

Pazuello acrescentou ainda que o Ministério da Saúde adquiriu todas as vacinas que se encontram no Instituto Butantan e que assinou um contrato de exclusividade para que nenhuma das doses pudesse ser administrada no estado de São Paulo sem autorização.

Na entrevista de hoje, João Dória mostrou-se “atónito” com as declarações do ministro.

“Diz o ministro Eduardo Pazuello: ‘as vacinas foram compradas com dinheiro do [Sistema Único de Saúde], do governo federal, e não com o dinheiro do governo de São Paulo’. Ministro, é inacreditável, como ministro do Estado da Saúde, sem o menor zelo com a saúde, sem ser médico, sem ter conhecimento nenhum da saúde, sem planeamento, um desastre completo na saúde, ainda mente ao dizer isso”, afirmou.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no domingo, por decisão unânime dos cinco directores, a utilização de emergência das vacinas do laboratório chinês Sinovac e a desenvolvida conjuntamente pela empresa farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.

A decisão da Anvisa permite por a utilização de seis milhões de vacinas Sinovac importadas da China e que foram embaladas e rotuladas no Instituto Butantan, um órgão dependente do governo de São Paulo, e dois milhões de doses do imunizante AstraZeneca que o Brasil espera receber esta semana da Índia.

Com cerca de 210 mil mortos e 8,4 milhões de casos, o Brasil é o segundo país com mais mortes no mundo associadas à covid-19, depois dos Estados Unidos, e o terceiro com mais infecções pelo novo coronavírus, depois dos EUA e da Índia.

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