Há um ano, os italianos não sabiam o que aí vinha. E nós, que desculpa temos?

Todos somos parte da comunidade politicamente organizada. Todos temos responsabilidade moral pela vida dos nossos próximos.

Tentem colocar-se no estado de espírito que tinham no ano passado, após o primeiro confinamento, quando quase todos ficámos em casa e Portugal era elogiado por ser o país da sua região da Europa que melhor geriu o combate à pandemia. Se vos dissessem que hoje Portugal seria um dos piores países do mundo — ou mesmo o pior — na taxa de novas infeções, continuariam a fazer a vossa vida como normal? Lembrem-se de quando iam à varanda aplaudir o pessoal do Serviço Nacional de Saúde. Imaginem que vos diriam que hoje o Serviço Nacional de Saúde está a poucos dias do colapso: achariam sequer possível não se fazer tudo para impedir que cheguemos a esse ponto? Lembrem-se do tempo em que cada nova morte era uma tragédia. Conseguiriam conviver com a ideia de que hoje morreriam mais de cem portugueses por covid-19 em cada dia sem que isso nos sobressaltasse como em março e abril de 2020?

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